As autoridades chinesas anunciaram hoje que vão intensificar os seus esforços para combater o contrabando de minerais estratégicos, um dia depois de terem alertado para "operações estrangeiras que visam a obtenção ilegal" de materiais como terras raras.

"Vamos intensificar ainda mais a campanha de combate ao contrabando de minerais estratégicos", afirmou hoje o departamento nacional de coordenação das exportações num breve comunicado, após uma reunião em Nanning, no sul da China, na qual participaram várias agências estatais, como o Ministério do Comércio, o Ministério da Segurança Pública e a Administração-Geral das Alfândegas.

Na sexta-feira, o Ministério da Segurança Estatal da China afirmou ter detetado tentativas, nos últimos anos, de agências de informação e intermediários estrangeiros de estabelecer ligações com indivíduos chineses para facilitar a extração clandestina destes recursos, considerados de duplo uso, civil e militar.

As operações incluíram a utilização de embalagens de pequeno volume, alterações na rotulagem e modificações nos canais de transporte, segundo o Ministério.

Em resposta às tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre os produtos chineses em abril, a China anunciou restrições à venda externa de samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio, que fazem parte do grupo de 17 elementos que são considerados terras raras e são essenciais para setores como a defesa e a aeronáutica.

A China possui 44 milhões de toneladas de reservas de terras raras, aproximadamente 49% do total mundial, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Em 2024, a China terá extraído 270.000 toneladas de minério de terras raras, 69,2% da produção global.

Em meados de maio, Pequim e Washington estabeleceram uma trégua comercial de 90 dias, durante a qual reduziram as respetivas tarifas em 115 pontos percentuais. Em junho, assinaram outro acordo que inclui a remoção de certas restrições e a promessa da China de facilitar a exportação de terras raras.