"Com reforço, conseguimos intensificar as ações de prevenção e o envolvimento da população", afirmou à Lusa Salomão Furtado, secretário-geral da Cruz Vermelha de Cabo Verde no balanço de um mês de campanha.
Segundo o responsável, são as associações locais que permitem identificar as áreas mais críticas para propagação do mosquito que espalha o vírus, facilitando o acesso às populações e convencendo-as de que o combate à dengue é coletivo e passa pela limpeza do meio.
A campanha, que teve início em novembro, tem 30.000 pessoas como população alvo, incluindo as comunidades mais isoladas do arquipélago.
Salomão Furtado disse que a avaliação das ações é positiva e a prioridade agora é intensificar as atividades no terreno.
"Este fim de semana realizaremos uma grande campanha na Praia, com a participação dos nossos voluntários, para reforçar este combate e chegarmos ao final do ano com a situação mais controlada", acrescentou.
O foco da iniciativa é sensibilizar as populações para adotarem práticas de higiene e evitarem a acumulação de lixo, que pode transformar-se em locais de multiplicação de mosquitos transmissores da doença.
Atualmente, cerca de dois mil voluntários estão envolvidos na campanha em todo o país.
A Cruz Vermelha tem contado com a colaboração de autoridades locais e sanitárias, bem como da proteção civil, para implementar as ações.
Apesar disso, um dos principais desafios continua a ser a eliminação de focos de lixo em casas abandonadas, cuja intervenção depende de autoridades.
Com o apoio da Federação Internacional da Cruz Vermelha, está previsto um orçamento de 50 milhões de escudos (452 mil euros) para reforçar a resposta nacional e contribuir para erradicar a dengue até janeiro.
O Governo cabo-verdiano declarou situação de contingência em outubro.
Apesar do término da época das chuvas, as autoridades mantêm a vigilância ativa, com base na experiência do surto de 2009, que registou mais de 21 mil casos e seis óbitos.
A dengue, doença curável com acompanhamento médico, manifesta-se através de febre, dores musculares, cefaleias e, em casos graves, pode evoluir para a forma hemorrágica, com risco de morte.
RS // VM
Lusa/Fim