Os casos de violência doméstica contra homens têm vindo a aumentar. De acordo com os dados da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), relativos a 2022-2023, os pedidos de ajuda de homens vítimas de violência superaram os 6.500, o que representa um aumento de 17% em relação ao período homólogo.

De acordo com a APAV, "a idade adulta foi a mais propensa à vitimização, com um total de 2.684 vítimas apoiadas, seguida por crianças e jovens, com um total de 2.176 vítimas, e pessoas idosas, com 731 vítimas".

Os dados revelam ainda que a maioria dos agressores são do sexo feminino, "quase 70% tem algum tipo de relação com a vítima, 20,7% estão ou estiveram numa relação de intimidade com a vítima e 17,3% são pai ou mãe da vítima". Grande parte das situações diz respeito a violência psicológica, mas há também casos de violência física, sexual e financeira.

As vítimas apoiadas foram, na sua maioria, de nacionalidade portuguesa (78,7%) e o maior número de intervenções realizou-se nos distritos de Lisboa (20,4%) e Faro (17,2%).

Segundo os dados, 36,8% das vítimas sofreram de vitimação continuada e 30,8% num período de duração até um ano, sendo que em 43% dos casos o crime ocorreu em casa.

A APAV teve conhecimento de um total de 11.104 crimes e outras formas de violência praticadas contra vítimas do sexo masculino.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima acredita que para cada pedido de ajuda que recebe de homens, existem outros dois casos desconhecidos das estatísticas.

A Linha de Apoio à Vítima - 116 006 (chamada gratuita) – funciona de segunda a sexta-feira, das 08h00 às 23h00.