Entre os originais a lançar na coleção contam-se "Vida de artista", "Comédia de desenganos", "Actor imperfeito" e "De passagem", todos da premiada escritora Luísa Costa Gomes.

Os outros títulos são "Quatro santos em três atos" e "Fazer um alfabeto de aniversários", ambos de Gertrude Stein, "Pentesileia", de Heinrich Von Kleist, todos com tradução da contista e dramaturga portuguesa, colaboradora assídua da companhia desde a sua formação, e "Don Juan", de Molière, com tradução de Fátima Marques e do ator e tradutor Luís Lima.

Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa, em 1954, é licenciada em Filosofia e foi professora do ensino secundário até 2010. Contista, romancista, dramaturga, argumentista e cronista, responsável pela antiga revista Ficções, dedicada ao conto, escreveu o primeiro livro aos dez anos, mas só aos 27 começou a publicar conforme se lê na sua página oficial na Internet.

"Treze contos de sobressalto" (1981), com chancela da D. Quixote, foi a primeira obra publicada pela autora, que viria a assinar o libreto de "Corvo Branco", de Philip Glass, ópera encenada por Bob Wilson, estreada durante a Expo'98, e da cantata "Sobre o vulcão", de Luís Bragança Gil, de 1996.

Do palmarés de Luísa Costa Gomes constam os prémios de Ficção do PEN Clube, D. Dinis da Casa de Mateus, Fernando Namora, Urbano Tavares Rodrigues, o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores, o Grande Prémio de Literatura dst e o prémio Correntes d'Escritas, para obras como "O pequeno mundo", "Contos outra vez", "Olhos Verdes", "Ilusão (ou o que quiserem)", "Afastar-se", "Florinhas de Soror Nada", "Cláudio e Constantino" .

A coleção de oito livros assinala os 20 anos de trabalho da companhia, que remonta a 2004 e que tem no encenador António Pires o seu diretor artístico. Cada livro agora editado contará com apontamentos sobre o elenco das peças, as datas de estreia e de permanência em cartaz, entre outros dados, disse à Lusa fonte do Teatro do Bairro.

Desde "Morte de Romeu e Julieta", a partir de Shakespeare, estreada pela companhia em 2005, no antigo palco da Cornucópia, e de "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente, obra fundadora recorrente no repertório - ambas com encenação de António Pires -, o Teatro do Bairro/Ar de Filmes já pôs em cena mais de 50 espectáculos de autores como Luigi Pirandello, Jean Genet, Witold Grombowitz, Alfred Jarry, Ana Hatherly, Georges Feydeau, García Lorca, Herman Melville, Bertolt Brecht, "promovendo um diálogo contínuo sobre a condição humana, o texto e a experimentação no teatro", segundo a nota de imprensa.

O lançamento desta coleção "não é apenas um marco na trajetória da companhia", que tem outros títulos publicados, "mas também um tributo à literatura dramatúrgica", sublinha o Teatro do Bairro.

Marcada para o final da tarde, a apresentação destes oito títulos contará com a presença de Luísa Costa Gomes, da tradutora Fátima Ferreira, do encenador e diretor artístico do Teatro do Bairro, António Pires, do produtor Alexandre Oliveira e de atores e profissionais que "constituem a família da companhia", acrescenta em comunicado.

A Companhia Teatro do Bairro só viria a ter espaço próprio em 03 de março de 2011, data da inauguração da sala na Rua Luz Soriano, no Bairro Alto, onde durante décadas funcionou a rotativa do vespertino Diário Popular, perto da Escola de Música do Conservatória Nacional, na Rua dos Caetanos.

A Companhia de Teatro do Bairro pertence à produtora Ar de Filmes.

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Lusa/fim