Em dia de estreia de Petit no Estádio do Rio Ave FC, a massa adepta do clube da casa fez questão de marcar presença e mostrar todo o seu apoio. O adversário que se opunha era uma das sensações da temporada em Portugal: o Moreirense de César Peixoto. Os rioavistas estiveram a vencer por duas bolas a zero, viram a formação de Moreira de Cónegos recuperar da desvantagem, mas acabaram por vencer nos últimos minutos..
Apesar da entrada mais imponente e dominadora dos forasteiros, foi mesmo a formação da casa quem chegou à vantagem no primeiro lance da partida. Vantagem essa que se dilatou 30 segundos depois do árbitro apitar para o início da segunda metade. Com os olhos na vitória e o coração na boca, o Rio Ave deixou-se ludibriar por um Moreirense que, após tanto tentar, chegou mesmo ao empate. mas eis que aos 90+4' Vrousai coroou a estreia do seu timoneiro em casa com três pontos.
A sorte? Procura-se!
Perante um Estádio dos Arcos bem preenchido e cheio de vida, Rio Ave e Moreirense entraram em campo com estratégias bem diferentes na primeira metade. Os cónegos entraram com vontade de «agarrar» o jogo e controlar os tempos da partida.
Antonisse pela esquerda, Madson pela direita, e Benny ao centro, foram constantes dores de cabeça para os ajustes defensivos entre a linha defensiva e a intermediária dos comandados de Petit. Com bola a formação de Moreira de Cónegos baixava um dos médios - preferencialmente do lado esquerdo -, para criar superioridade na saída. Frimpong e Dinis ofereceriam largura.
Os vilacondenses iam-se aguentando - com muitas dificuldades para ter bola -, mas ferir a baliza de Kewin Silva não passava de uma miragem. Eis que, aos 26', na primeira vez que o Rio Ave pisava a área do guardião adversário, e contra a corrente da partida... surgiu o golo. Processos simples: Patrick William descobriu Tiago Morais solto de marcação entre os médios do Moreirense, tabelou com Clayton, ganhou um ressalto sobre Ponck - com alguma sorte à mistura - e atirou a contar. Estava aberto o marcador.
Com vantagem no marcador, os rioavistas mostravam-se mais confortáveis em campo - apesar de continuarem sem bola. A turma de César Peixoto começava a precipitar-se em algumas ações e apesar de tentar reagir ao golo sofrido, foram raras as vezes em que se voltou a aproximar da baliza de Miszta. Destaque para uma oportunidade aos 40' em que Antonisse, em posição privilegiada, tentou «chapelar» o guardião polaco, mas sem sucesso.
Só acaba quando o árbitro apita
O relógio de Carlos Macedo não devia contar mais de 30 segundos quando Clayton já fazia as centenas de adeptos presentes nos Arcos gritar de euforia. Carlos Ponck não atacou a bola que Kewin Silva lhe dirigiu - passe também saiu curto, diga-se -, permitindo que Kiko Bondoso controlasse o esférico e servisse o avançado brasileiro que só teve de encostar. Entrada perfeita dos homens da casa na segunda metade.
Pedia-se uma reação imediata à formação de Moreira de Cónegos. E assim foi. Trabalho fenomenal de Guilherme Schettine fazendo um túnel ao seu opositor e lançando, posteriormente, Antonisse. O criativo francês ainda viu o primeiro remate ser-lhe negado - grande corte de Vrousai -, mas na recarga conseguiu mesmo reduzir a desvantagem para 2-1. Cinco minutos de jogo, dois golos, ambiente quentinho nas bancadas... os condimentos perfeitos para um final de tarde em cheio.
Seguiram-se dois lances de grande perigo para os rioavistas. Primeiramente através de João Novais - entrou muito bem na partida -, depois de um belo trabalho sobre os adversários e já dentro da área cónega, o médio português não conseguiu dar a melhor direção ao remate. E, de seguida, depois de uma perda d ebola de Marcelo para Clayton em zona proibida, mas onde o avançado também não conseguiu dar a melhor sequência ao lance.
«Quem não marca, sofre», assim se diz na gíria futebolística, e não é ao acaso. Perante o desperdício do Rio Ave, quem não se fez de rogado foi o Moreirense. Aos 65', e depois de uma gigante intervenção de Miszta ao cabeceamento de Schettine, Gabrielzinho só teve de encostar perante uma baliza completamente deserta. Estava feito o empate!
Empurrado pelas bancadas, o conjunto rioavista não deitou a toalha ao chão e procurou ser feliz. Aos 90+4' e quando já os adeptos presentes no estádio se mostravam revoltados com o resultado, eis que Vrousai aproveitou um passe mal medido de Pedro Santos e, sem oposição, seguiu em direção à baliza de Kewin. No frente a frente o ala não perdoou e carimbou a vitória para a sua equipa. Que jogaço!