Colegas de equipa dos 4 aos 20 anos, os gémeos Tiago e Bernardo Lisboa, de 22 anos, vão ter a oportunidade, esta tarde, de se defrontarem pela primeira vez na Liga Betclic. Nos encontros da 8.ª jornada há um Imortal, onde atua o primeiro, Queluz (15h30). Na bancada estará o pai, o mítico Carlos Lisboa. Foi sobre a relação de todos com o basquetebol, incluindo o irmão Rafael, das picardias entre Tiago e Bernardo e dos sonhos de cada um que A BOLA conversou com os mais jovens basquetebolistas da família.
Tiago Lisboa
— Por causa do seu irmão Bernardo ir estar do lado contrário, há muito tempo que esta visita do Queluz a Albufeira para defrontar o Imortal tem uma circunferência a vermelho no calendário?
— Sinceramente não, porque já não é a primeira vez que jogo contra ele. Na época passada estava no Santo André, na Proliga, e defrontámo-nos duas vezes: na Luz e em Santo André, por isso já não é novidade. As duas acabaram com a vitória para o meu lado. Espero que na terceira aconteça o mesmo.
Durante essa semana houve aquele bate-boca saudável entre nós, mas depois, no momento do jogo, é como se fosse igual aos outros. É meu irmão, mas no campo trato-o como sendo um adversário qualquer que esteja a defender.
—Como cresceram a jogar sempre juntos, apesar de já se terem defrontado antes, poderá haver um nervosismo de parte a parte?
— Jogámos sempre na mesma equipa [ Benfica], desde os 4/5 anos até aos 20. Na última época é que saí para representar um clube diferente e foi engraçado. Foi bom defrontarmo-nos. Durante essa semana houve aquele bate-boca saudável entre nós, mas depois, no momento do jogo, é como se fosse igual aos outros. É meu irmão, mas no campo trato-o como sendo um adversário qualquer que esteja a defender. Eu represento o meu clube, ele o dele. Ambos queremos vencer e durante o jogo acaba por desaparecer, entre aspas, essa relação de família e amizade.
— E vai ser um desejo especial ficar encarregado de o defender?
— Aí quem decide é o meu treinador. Se disser que é para defender o Bernardo, irei fazê-lo como aconteceria com qualquer outro jogador, sabendo os pontos fortes dele e os mais fracos. Tal como ele também deve fazer sobre mim e os meus colegas de equipa.
Sofri uma lesão no pé no início da época, regressei há cerca de um mês e estou a voltar a ganhar as rotinas necessárias. A diferença entre as duas também se nota na exigência do trabalho das equipas, como é feito no Imortal, que é bastante bom.
— Mas não há nenhum basquetebolista do Imortal que conheça tão bem os pontos fortes do Bernardo. Em que é que tem de ter especial cuidado?
— Claro que o conheço melhor do que ninguém, apesar dos meus colegas também já o terem defrontado. Se calhar, a resposta a essa pergunta até é mais fácil para os meus companheiros, que o defrontaram mais vezes do que eu. Mas, apesar disso, posso responder pela experiência de termos treinado juntos e já nos termos defrontado. Sair em transição, lançamento após drible, é um bom passador, organiza bem a equipa, estes são os seus pontos fortes.
— Como tem sido a sua estreia e experiência na Liga Betclic?
— Está a ser boa. A Proliga e a Liga são planetas bastante diferentes. A exigência, tanto a nível tático como de foco, é muito superior, mas está a correr bem. Sofri uma lesão no pé no início da época, regressei há cerca de um mês e estou a voltar a ganhar as rotinas necessárias. A diferença entre as duas também se nota na exigência do trabalho das equipas, como é feito no Imortal, que é bastante bom. Temos de estar sempre com o foco ao mais alto nível, porque depois vamos encontrar jogadores portugueses e estrangeiros com muito maior qualidade técnica do que existia na Proliga. Existe uma fisicalidade do jogo e um nível tático superior, mas, como disse, tem sido uma boa experiência. Tenho aprendido coisas novas e adquirido outras valias para melhorar enquanto jogador, quer a nível individual como coletivo.
Andei quatro anos a conjugar o basquetebol com os estudos, porque no futuro tudo pode acontecer a um atleta, e agora o foco é ir conseguindo atingir patamares passo a passo. O primeiro passo é chegar à Liga, adquirir conhecimentos diferentes, conquistar minutos, subir degrau a degrau
— E que rumo é que gostava que tomasse a sua carreira?
— Já tenho uma licenciatura em economia na NovaSBE como Plano B, mas quero que o basquete seja o Plano A. Essa é a razão pela qual agora me tenho dedicado a 100 por cento à modalidade. Andei quatro anos a conjugar o basquetebol com os estudos, porque no futuro tudo pode acontecer a um atleta, e agora o foco é ir conseguindo atingir patamares passo a passo. O primeiro passo é chegar à Liga, adquirir conhecimentos diferentes, conquistar minutos, subir degrau a degrau e depois — não gosto muito de falar no futuro, prefiro pensar no presente —, dependendo do meu trabalho diário, as recompensas acabarão por aparecer naturalmente.
Com o esforço que vou aplicar nestes anos acredito que posso vir a atingir passos maiores na carreira, como chegar a um grande ou ir jogar para o estrangeiro. Mas não apenas para dizer que fui. Quero fazê-lo num clube em que tenha possibilidade de continuar a evoluir e apanhar diferentes dinâmicas do campo para conseguir testar-me noutros níveis superiores ao campeonato português.
As vitórias vão acabar por aparecer. Treinamos bem e melhor do que outras equipas e acreditamos no processo. Estou convicto que as coisas vão acabar por aparecer e espero que seja já este fim de semana, a que se seguirá uma sequência de bons resultados. Este Imortal ainda tem muito para dar nesta liga.
— O que é que tem faltado ao Imortal neste arranque de campeonato?
— Em termos de resultados encontramo-nos com 0 vitórias e 7 derrotas, mas acho que isso não espelha aquilo que tem sido o trabalho diário, com qualidade. Normalmente diz-se que o trabalho árduo acaba sempre por ser recompensado, e eu acredito que esta sequência de derrotas vai acabar porque somos uma equipa jovem, com uma média de idade de 20 e poucos anos. As vitórias vão acabar por aparecer. Treinamos bem e melhor do que outras equipas e acreditamos no processo. Estou convicto que as coisas vão acabar por aparecer e espero que seja já este fim de semana, a que se seguirá uma sequência de bons resultados. Este Imortal ainda tem muito para dar nesta liga.
— Há planos da família rumar para o Algarve para ir ver o jogo?
— A minha mãe não sei porque é treinadora de patinagem e tem provas ao fim de semana, mas o meu pai creio que vem a Albufeira ver o jogo.
Por acaso esta semana ainda não falámos muito sobre irmos jogar um contra o outro.Nas outras ocasiões, como foi a primeira vez e a segunda, quando ele estava no Benfica [ sub-23], ficou intenso. Até porque estavam lá outros antigos colegas meus. Aí sim, existiu mais picardia ao longo da semana.
— E irmão adversário também faz sofrer?
— É uma mistura de emoções. E isto tanto acontece com o meu irmão Bernardo, como quando era o Rafael [ internacional português que está no Ourense, em Espanha]. Mas é natural que quando estou a ver o meu irmão a jogar contra outra equipa queira que as coisas lhe corram bem e tenha sucesso. É aquele amor de irmão, de família, que acaba sempre por mexer connosco.
— Mas, como já contou, o irmão adversário também provoca picardias?
— É verdade. Por acaso esta semana ainda não falámos muito sobre irmos jogar um contra o outro.Nas outras ocasiões, como foi a primeira vez e a segunda, quando ele estava no Benfica [ sub-23], ficou intenso. Até porque estavam lá outros antigos colegas meus. Aí sim, existiu mais picardia ao longo da semana.
— Gostaria de um dia poder ter a oportunidade de jogar na mesma liga, ou até equipa, com o Bernardo e o Rafael?
—Independente de ser no mesmo clube, é um sonho que gostaria de realizar, assim como na Seleção. Acho que era algo engraçado. Mas é um sonho que tenho. Espero conseguir trabalhar para concretizá-lo, que o Bernardo também atinja esse patamar e o Rafa continue a evoluir para que seja possível. Acredito que esse também seja um sonho dos meus irmãos.
É de louvar ver um pai a jogar com o filho. Iam ser épocas diferentes porque o meu pai é bastante mais velho, mas seria uma experiência engraçada. Não só dentro de campo, mas também fora , em certos pormenores, como o pai tratar o filho como um rookie. Acredito que seja uma experiência enriquecedora e engraçada.
— E ter a oportunidade de ser treinado pelo seu pai [Carlos Lisboa] como aconteceu com o Rafael no Benfica?
— Nunca fui treinado pelo meu pai, mas houve umas três ou quatro vezes no Benfica em que fui chamado para ir treinar com os seniores e passei por essa experiência. Não foi uma época inteira, mas já tive essa oportunidade de ver como ele sabe diferenciar entre ser pai e treinador. É engraçado, mas também importante que consiga fazê-lo. Dá para perceber que é uma pessoa profissional e exigente, independentemente de serem os filhos ou outro jogador. Trata todos de igual maneira, com respeito, seja um jovem de 18anos ou um veterano de 39.
— Quando esta época viu o LeBron James a jogar ao lado do Bronny nos Lakers imagino que também gostaria de ter tido essa oportunidade?
— Por acaso nunca imaginei isso. É de louvar ver um pai a jogar com o filho. Iam ser épocas diferentes porque o meu pai é bastante mais velho, mas seria uma experiência engraçada. Não só dentro de campo, mas também fora , em certos pormenores, como o pai tratar o filho como um rookie. Acredito que seja uma experiência enriquecedora e engraçada, não é todos os dias que vemos um pai a jogar com um filho. Saber diferenciar os dois tipos de relações é algo bonito de se ver e diferente do que estamos habituados.
Mas, claro que em casa falamos de basquetebol, como de outras coisas. Apesar de tudo é inevitável que o basquete não seja assunto. Somos quatro jogadores… às vezes a minha mãe tem de dizer que já chega falar de basquetebol.
- Quem dá os melhores conselhos basquetebolísticos, o Rafael ou o seu pai?
- Ambos, mas de maneiras diferentes As pessoas costumam perguntar-me se o meu pai fala muito comigo logo depois do jogo. Ele não vai diz se devia ter lançado desta ou daquela maneira, Não, ele é uma pessoa que não fala muito sobre o jogo, mas o que diz é muito assertivo. Como também foi jogador, consegue ter a noção de certos pontos que se calhar outros pais não têm. Dá mais feedbacks pormenorizados relativamente a um aspecto defensivo ou a colocação de como sair de um bloqueio. Mas não é muito tempo. Diz-me bom jogo ou que podia ter corrido melhor, com aquela palavra de incentivo, e corrijo-me uma coisinha ou outra, mas muito pormenorizada e com sempre com o intuito de eu poder aplicar. Consegue diferenciar o papel de treinador e ex-jogador do papel de pai. Isso é bom. Mas, claro que em casa falamos de basquetebol, como de outras coisas. Apesar de tudo é inevitável que o basquete não seja assunto. Somos quatro jogadores… às vezes a minha mãe tem de dizer que já chega falar de basquetebol.
- E o Rafael, como é?
- É diferente. Sou mais eu que tenho de ir ao encontro dele. Não fala tanto como o meu pai, mas lhe for perguntar alguma coisa vai-me ajudar porque acompanha os nossos jogos e consegue dizer-nos aquilo que acha e como podemos melhorar. No fundo, é muito parecido ao que o meu pai diz. Mas nunca são de ralhar, dão conselhos pormenorizados.
Bernardo Lisboa
Sabe que o irmão gémeo está mais alto e com outras capacidades físicas, mas o base do Queluz tem confiança no drible para a vitória
Temos vindo a brincar um com o outro sobre quem vai ganhar e quem vai perder. Picamo-nos um bocado. Até lhe disse que se ele tiver de defender-me não vai conseguir.
Este sábado o Queluz vai à Albufeira defrontar o Imortal para a 8.ª jornada da Liga Betclic e poderá ter oportunidade de defrontar o seu irmão gémeo Tiago. É algo que aguardava com particular interesse desde o início da época?
— Imagine, nós sempre brincávamos muito sobre isso. Na época passada, na Proliga, já nos defrontámos. Eu estava no Benfica [ sub-23] e ele no Santo André. Não posso dizer que esteja à espera desde que começou a época, mas, depois de sabermos que ele ia para o Imortal e eu para o Queluz, temos vindo a brincar um com o outro sobre quem vai ganhar e quem vai perder. Picamo-nos um bocado. Até lhe disse que se ele tiver de defender-me não vai conseguir. Tem sido mais essa troca de palavras, mas sempre amigáveis. Vai ser um jogo interessante nesse sentido.
— Na temporada passada defrontou o Tiago pela primeira vez mas, até então, cresceram a jogar sempre na mesma equipa. Ainda é estranho quando o defronta?
— Para ser sincero, é um bocado. Estive sempre habituado a tê-lo na minha equipa. Tê-lo do outro lado com equipamento de outra cor é estranho. Mas faz parte, não íamos permanecer na mesma equipa para sempre. É saber lidar com a situação e quando ele estiver dentro de campo é apenas um adversário e tenho de o defrontar como se fosse outra pessoa qualquer.
É que somos muito competitivos, gostamos muito de vencer. É algo que vem muito do meu pai [ Carlos Lisboa]. Temos essa cultura, que ele nos incutiu, de que ganhar não é fácil e é preciso muito trabalho.
— Mas dá para, a certo momento da partida, esquecer que é o seu irmão que tem pela frente? Consegue chegar ao ponto de separar isso?
— Claro que sei que é o meu irmão, mas quando entro em campo não tenho no pensamento que é alguém da família. O meu trabalho é ajudar a equipa a ganhar. Estando ele do outro lado, no banco ou onde quer que seja, irei dar sempre o máximo. E se tiver de o defender com mais agressividade, irei fazê-lo como se fosse qualquer outro jogador. Somos irmãos, mas lá dentro é para ganhar e para lutar pelas nossas equipas.
— Além dessa boa amizade que existe, isto tem igualmente sido o início de uma boa rivalidade? Ou quando jogavam na mesma equipa já eram muito competitivos um em relação ao outro?
— Quando estávamos na mesma equipa, nos treinos, já tínhamos às vezes algumas picardias. Se ficávamos em cinco opostos, já, em certa ocasiões, picávamo-nos um bocado. É que somos muito competitivos, gostamos muito de vencer. É algo que vem muito do meu pai [ Carlos Lisboa]. Temos essa cultura, que ele nos incutiu, de que ganhar não é fácil e é preciso muito trabalho. Por isso, desde que o Tiago estava no Benfica até agora existe muito essa competitividade. Não tenho dúvidas que quando estiver dentro de campo irei fazer tudo para vencer e que ele fará o mesmo.
— Essa competitividade que já tinham quando jogavam no Benfica chegou a fazer que fossem os dois para casa chateados?
— Sem dúvida. Muitas vezes no carro, porque o meu pai é que nos ia buscar depois dos treinos, não falávamos um com o outro até ao dia seguinte.
Neste momento procuro solidificar o meu basquete na Liga, mas mais para a frente tenho o objetivo de jogar fora de Portugal. Gostava de atuar em Espanha. Trata-se de um campeonato bastante competitivo e onde a cultura do basquetebol é completamente diferente da de cá.
— Como caracteriza o seu irmão como basquetebolista? Quais os pontos fortes?
— O meu irmão sempre foi mais baixo do que eu [ 1,83], mas depois cresceu imenso e agora tem 1,92/1,93m. Mas quando era mais novo não era o mais alto. Hoje é alguém que defende bem e depois tem um bom lançamento exterior. Consegue sair depressa dos bloqueios e lançar com rapidez, algo diferente do meu tipo de jogo. Eu sou base, mais com bola na mão e drible. Ele de sair das bloqueadas e atirar rápido. Um dos pontos fortes que tem adquirido é a capacidade física e o salto para a luta nas tabelas, aspeto que tem sido interessante, e a capacidade de catch and shoot. Já eu sou mais um construtor de jogo, faço mais passes, tento assistir os colegas e lanço mais no drible.
— O que é que foi à procura quando, esta época, se mudou para o Queluz e passou a jogar na Liga Betclic?
— Dar os primeiros passos na Liga foi algo que ambicionei desde pequeno e senti que era a altura ideal para ter os primeiros minutos no campeonato e mostrar que tenho capacidade para jogar a este nível.
— E qual é o sonho como jogador?
— Neste momento procuro solidificar o meu basquete na Liga, mas mais para a frente tenho o objetivo de jogar fora de Portugal. Gostava de atuar em Espanha. Trata-se de um campeonato bastante competitivo e onde a cultura do basquetebol é completamente diferente da de cá. Mas não penso muito nisso, quero trabalhar e ser melhor todos os dias, mas com esse objetivo de um dia conseguir ir para fora de Portugal.
— Como é que a equipa, na última jornada, viveu a vitória contra a Oliveirense?
— Muito bem, foi uma grande vitória. Estávamos numa fase um bocado complicada, com cinco derrotas seguidas em encontros renhidos. Por isso esta vitória veio mudar um bocado a nossa maneira de vir e estar nos treinos. Ficámos com mais vontade de treinar e mostrar que as vitórias irão ajudar a mantermo-nos na Liga.
Quando fui para o Queluz das primeiras coisas que falaram foi que o meu pai também lá tinha jogado e que era muito bom e estavam bastante contentes por terem outro Lisboa.
— Tem havido um ambiente especial no pavilhão após o regresso?
— Sem dúvida. Os adeptos têm vindo apoiar-nos sempre. Mesmo depois desta fase em que estivemos a perder, têm estado connosco e é impressionante o ambiente que existe quando se juntam todos e a equipa também está bem. Fica mesmo um ambiente complicado para os adversários irem lá jogar.
— A carreira do seu pai está sobretudo associada aos anos em que atuou no Benfica, mas ele também foi campeão pelo Queluz [1983/84], onde esteve duas temporadas. Ainda há muita gente no clube que se recorda disso?
— Sim, sim... Quando cheguei o presidente levou-me ao escritório dele e tem lá os quadros dos campeonatos e das equipas e está lá a do meu pai quando foi campeã. Mas quando fui para o Queluz das primeiras coisas que falaram foi que o meu pai também lá tinha jogado e que era muito bom e estavam bastante contentes por terem outro Lisboa.
— Atualmente na NBA há os três irmãos Holiday [Jrue, Justin e Aaron] mas também houve os Antetokounmpo [Giannis, Thanasis e Kostas] que tiveram oportunidade de jogar ao mesmo tempo — no caso dos gregos, dois na mesma equipa —, tendo sido todos campeões. Isso é algo que gostava que acontecesse consigo, o Tiago e o Rafael?
— Não é uma coisa em que pense muito, mas sem dúvida que seria uma boa experiência ter os três ir na minha equipa. Sei que é um bocado complicado que se possa concretizar, mas gostava bastante que acontecesse um dia.
Posso dizer que ambos dão bons conselhos. Em termos de tática e de jogo diria que os conselhos que o Rafael dá podem ser mais proveitosos porque ele também atua na minha posição e está atualmente a jogar. Já o meu pai jogou numa posição diferente. Por isso, em termos de basquetebolísticos diria o Rafa. O meu pai dá-me conselhos de outra forma, não tática
— Quem é que dá melhores conselhos basquetebolísticos: o Rafael [25 anos, internacional português que joga no Ourense, Espanha] ou o seu pai?
— Boa pergunta. Posso dizer que ambos dão bons conselhos. Em termos de tática e de jogo diria que os conselhos que o Rafael dá podem ser mais proveitosos porque ele também atua na minha posição e está atualmente a jogar. Já o meu pai jogou numa posição diferente. Por isso, em termos de basquetebolísticos diria o Rafa. O meu pai dá-me conselhos de outra forma, não tática, mas mais a nível pessoal dentro do basquetebol que também são bastante proveitosos. Estou muito grato por ter essas duas pessoas com quem contar e que me ajudam bastante a ser melhor.
— E algum deles é mais exigente?
— Não, não... Todos os conselhos que me dão é para tentarem ajudar-me e não no sentido de me dizerem que tenho que fazer daquela forma. É com a intenção de, depois de verem os meus jogos, referirem em que posso melhorar, mas sempre no sentido de ajudar e não como se fosse uma obrigação. Darem-me outra perspetiva.