Um total de 15 famílias foram certificadas até final de janeiro como famílias de acolhimento de crianças ou jovens retirados às famílias biológicas, na sequência da campanha nacional promovida pelo Governo.

A campanha nacional de promoção do acolhimento familiar foi apresentada em 20 de novembro e, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em cerca de dois meses registaram-se 414 manifestações de interesse.

Há também 110 famílias que estão em processo de avaliação e 15 que já estão certificadas e podem acolher uma criança ou jovem.

Em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado da Ação Social salientou que "o foco do atual Governo é dar enfoque ao acolhimento familiar", defendendo que vão "conseguir melhorar" esta medida e que ela passará a ser "uma grande resposta para estas crianças e jovens".

Referiu também que vai ser revista a portaria que regula as casas de acolhimento, com vista a ser alterada, apontando que há casas de acolhimento que, apesar de terem vagas, não estão a acolher crianças "por razões diversas", ao mesmo tempo que outras têm listas de espera.

"Queremos fazer esta leitura toda e perceber exatamente a razão destas situações, porque nós sabemos que há muitas crianças a precisar", salientou.

Aquando da apresentação da campanha, em novembro de 2026, a secretária de Estado da Ação Social adiantou que até àquela data havia 356 crianças em famílias de acolhimento, um número que considerou "bastante residual", face ao total de crianças institucionalizadas.

Por outro lado, revelou que até ao dia 18 de novembro de 2024, havia 388 famílias disponíveis para acolher uma criança.

Os dados do relatório CASA 2023 (Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens) mostram que nesse ano havia 263 crianças em família de acolhimento, o que representa 4,1% das 6.446 crianças com medida de acolhimento.

A maioria, que chega aos 96%, estava acolhida em regime institucional.

Portugal é o país europeu com a maior taxa de crianças em perigo institucionalizadas

Portugal é o país europeu com a maior taxa de crianças em perigo institucionalizadas. A lei é clara: diz que até aos 6 anos, deve ser dada sempre prioridade ao acolhimento familiar. No entanto, a lei não podia estar mais longe da realidade. Ao arrepio de todas as recomendações internacionais, apenas 5% destas crianças estão numa família de acolhimento.

Qualquer pessoa com mais de 25 anos pode candidatar-se a família de acolhimento.