Durante uma visita a Roma, JD Vance manifestou o seu otimismo sobre a evolução das negociações indiretas com Moscovo e Kiev, à margem de um encontro com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

"Quero informar a primeira-ministra sobre as negociações entre a Rússia e a Ucrânia, e também sobre certas coisas que aconteceram nas últimas 24 horas", declarou Vance, acrescentando: "Não quero prejudicar nada, mas estamos realmente otimistas de que podemos acabar com esta guerra tão brutal".

Estes comentários contrastam com aqueles que foram produzidos pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que hoje ameaçou "seguir em frente" se os Estados Unidos chegarem à conclusão de que "não é possível" alcançar a paz na Ucrânia.

"Os Estados Unidos têm outras prioridades", observou Rubio à saída de França após uma série de reuniões na véspera com representantes ucranianos e europeus em Paris, insistindo que Washington não queria que a questão da Ucrânia se arrastasse por "semanas e meses".

As declarações dos dirigentes norte-americanos surgem no mesmo dia em que o Kremlin anunciou que dava por encerrada a moratória de ataques a infraestruturas energéticas, revelada em março e minada desde então por acusações mútuas de Kiev e Moscovo de violações ao acordo.

No seguimento de vários dias de fortes bombardeamentos russos na Ucrânia, pelo menos duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos ataques noturnos contra as cidades de Kharkiv e Sumy, no nordeste do país, segundo as autoridades ucranianas.

Antes do anúncio da trégua limitada às instalações energéticas, o Presidente norte-americano, Donald Trump, tinha inicialmente proposto um cessar-fogo incondicional e completo, cujo princípio foi aceite por Kiev sob pressão de Washington, mas rejeitado pelo líder russo, Vladimir Putin.

Representantes dos Estados Unidos, da Ucrânia e europeus concordaram em voltar a reunir-se na próxima semana em Londres, após um primeiro encontro que se realizou na quinta-feira em Paris.

Estas rondas diplomáticas acontecem numa fase em que Washington e Kiev se aproximam de um entendimento que concederá aos Estados Unidos acesso a vastos recursos minerais da Ucrânia e que poderá ser assinado já na próxima semana.

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