Em causa estão as mini-hídricas de Lichinga e Cuamba, naquela província, cuja reabilitação será apoiada pela cooperação alemã no âmbito do acordo de subvenção de apoio financeiro assinado na quarta-feira, em Maputo, entre os dois governos, segundo informação do Ministério das Finanças.

A estatal Eletricidade de Moçambique (EDM), que opera naqueles dois locais as únicas centrais hidroelétricas que detém no norte do país, será a entidade beneficiária do apoio e vai executar o projeto financiado pela Alemanha.

Após a assinatura do acordo de donativo, o embaixador da Alemanha em Maputo, Ronald Münch, destacou que este projeto de modernização das duas centrais hidroelétricas vai permitir fornecer "capacidade adicional de geração de energia solar fotovoltaica", fazendo "uso de energia renováveis disponíveis localmente e amigas do clima em Moçambique", melhorando o fornecimento de energia à população da província do Niassa, "especialmente nas cidades de Cuamba e Lichinga".

O projeto está também classificado como "emblemático" da Iniciativa Global Gateway 2025 da União Europeia (UE), um esforço conjunto dos Estados-membros, incluindo a Alemanha, para apoiar iniciativas de infraestruturas para o desenvolvimento.

"Com uma carteira de 274 milhões de euros, a Alemanha está entre os três principais parceiros de cooperação no setor energético em Moçambique. Partilhamos uma cooperação fiável e frutífera com a EDM há muitos anos", sublinhou o diplomata, citado na informação daquele ministério.

Segundo o presidente do conselho de administração da EDM, Joaquim Ou-chim, aquelas duas mini-hídricas entraram em operação na década de 80 e têm os componentes principais degradados, pelo que produzem energia abaixo da capacidade instalada.

Sublinhou que com esta reabilitação e modernização, as duas infraestruturas vão aumentar a produção de energia dos atuais 3.000 Megawatts-hora (MWh) para 3.900 MWh.

"A intervenção nas mini-hídricas contribuirá para a estabilidade do sistema elétrico, em particular na província do Niassa, tendo em conta que a região norte depende apenas de uma e única Linha de Transporte de Energia, proveniente da subestação de Matambo, em Tete. Esta Linha de Transporte de Energia é muito extensa, sendo que, em caso de qualquer indisponibilidade, toda a província de Niassa poderia registar limitação do fornecimento de energia elétrica", disse ainda Joaquim Ou-chim.

 

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