"Aviões da Força Aérea israelita sobrevoaram Beirute durante o funeral de Hassan Nasrallah para enviar uma mensagem clara: quem ameaça destruir Israel e o ataca assinará o seu fim", lê-se num comunicado do Ministério da Defesa israelita.

O ministro da tutela, Israel Katz, também disse no início da tarde de hoje que aeronaves militares estavam a sobrevoar Beirute, no dia do funeral do histórico líder Hassan Nasrallah, que morreu há quase cinco meses num ataque aéreo israelita no sul da capital libanesa.

Dezenas de milhares de pessoas, incluindo vários governantes iranianos, marcam presença no Estádio Camille Chamoun Sports City, em Dahye, onde, além do funeral de Hassan Nasrallah, decorreu o do seu sucessor Hashem Safieddine, morto também num ataque de Israel.

Ambos serão temporariamente enterrados em locais secretos.

Nasrallah será sepultado mais tarde em Beirute, enquanto Safieddine será enterrado na sua cidade natal no sul do Líbano.

O atual líder do Hezbollah, Naim Qassem, prometeu continuar o caminho traçado pelo ex-líder histórico, referindo, num discurso emocionado: "Nasrallah permanece vivo em nós."

"Permaneceremos fiéis ao legado que nos foi confiado e continuaremos neste caminho", disse, citado pela agência AFP.

Já a AP relata que o Hezbollah anunciou no início do mês planos para estes funerais oficiais e que, enquanto os caixões desfilavam diante da enorme multidão, homens numa plataforma atiravam flores e outros atiravam roupa, na esperança de entrar em contacto com o caixão porque acreditam que isso os abençoa.

O presidente do parlamento libanês e representantes do presidente e do primeiro-ministro também estavam presentes nas cerimónias.

O alto funcionário do Hezbollah Ali Daamoush disse aos jornalistas, no sábado, que eram esperadas cerca de 800 figuras de 65 países.

Nas arquibancadas lotadas, milhares de apoiadores do Hezbollah agitaram a bandeira amarela do grupo e gritaram: "Morte à América, morte a Israel."

Estas frases ouviram-se também quando o líder do Hezbollah pró-iraniano garantiu que a "resistência" contra Israel continuaria, acrescentando que se recusará a permitir que os Estados Unidos controlem o Líbano.

"A resistência contra Israel não acabou, continua. Não aceitaremos no Líbano que o tirano americano controle o nosso país", referiu Naim Qassem.

O Hezbollah preparou o estádio para receber dezenas de milhares de pessoas. Foram colocadas telas gigantes ao longo da estrada do aeroporto, do lado de fora do estádio, para as pessoas que não conseguissem assistir.

Toda a cerimónia foi acompanhada de medidas rígidas de segurança, incluindo o fecho das principais estradas na área do funeral.

O exército e as forças policiais libanesas foram colocados em alerta e o exército proibiu o uso de drones em Beirute e nos seus arredores durante o dia.

Os voos de e para o Aeroporto Internacional Rafik Hariri de Beirute foram programados para parar por quatro horas a partir do meio-dia.

PFT // ROC

Lusa/Fim