Somam-se as reações à demissão do diretor executivo do SNS. O Bloco de Esquerda (BE) vai pedir uma audição urgente no Parlamento de António Gandra d'Almeida e da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
No requerimento, que será enviado à comissão parlamentar de Saúde, o partido refere que a conduta do diretor demissionário do SNS levanta questões que têm de ser esclarecidas.
Mais. Diz o BE que, os interesses pessoais de Gandra d'Almeida vão contra um SNS reforçado e com mais profissionais.
Semana termina com demissão
O até esta sexta-feira diretor-executivo do SNS, escolhido pelo governo no final de maio, depois de Fernando Araújo ter deixado o cargo, reagiu de imediato à Investigação SIC que revelou como Gandra d'Almeida recebeu mais de 200 mil euros por horas como médico tarefeiro quando tera Diretor do INEM da região Norte.
Uma acumulação de funções, durante mais de dois anos, que é incompatível com a exclusividade a que estava obrigado pelo cargo que ocupava.
Antes da nota em que o Ministério da Saúde confirma a demissão e agradece o “trabalho competente e esforço” do agora ex-diretor executivo do SNS, Gandra d'Almeida numa informação à comunicação social justificou a decisão, causada pelos factos que a SIC noticiou, referindo, porém, que entende não ter cometido “qualquer ilegalidade ou irregularidade.”
Como consta da reportagem da SIC, Gandra d'Almeida recebeu uma autorização do INEM para fazer turnos como tarefeiro nas urgências dos hospitais de Portimão e Faro, mas desde que daí não recebesse qualquer vencimento.
Contudo, através de contratos celebrados com uma empresa que criou com a mulher, contornava o pagamento das horas de forma direta.
A Inspeção Geral de Atividades em Saúde (IGAS) vai abrir um processo a esta acumulação de funções de Gandra d'Almeida e fontes ouvidas pela SIC dizem que há também matéria para a abertura de um inquérito crime, pelo menos pelo crime de falsificação de documentos.
O Ministério da Saúde adianta que o novo diretor executivo do SNS será anunciado nos próximos dias.