Imagens divulgadas pela agência de notícias palestiniana Wafa mostram centenas de pessoas a caminhar com os seus pertences pela estrada Rashid, que atravessa o enclave de norte a sul, junto à costa.

O movimento começou por volta da hora estabelecida pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

O porta-voz das IDF, Avichay Adraee, divulgou na rede social X, esta madrugada, outras instruções como a proibição aos palestinianos de "se dirigirem em direção ao território israelita" ou "transportar militantes ou armas".

Adraee disse que a estrada Salah al Din (paralela à Rashid, mas a leste, perto da fronteira com Israel) será aberta ao tráfego de veículos a partir das 09:00 (07:00 em Lisboa).

O regresso dos palestinianos ao norte da Faixa de Gaza aconteceu depois do Qatar ter anunciado, no domingo, que foi alcançado um acordo para libertar um refém civil israelita, aliviando a primeira grande crise do cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

Em comunicado, o Qatar -- mediador do conflito - referiu que o Hamas entregará o refém Arbel Yehoud, juntamente com outros dois reféns antes de sexta-feira.

O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse, num comunicado, que a libertação dos reféns terá lugar na quinta-feira e confirmou que os palestinianos podiam deslocar-se hoje para norte.

Ao abrigo do acordo de cessar-fogo, Israel deveria começar no sábado a permitir que os palestinianos regressassem às suas casas no norte de Gaza.

Contudo, Israel impediu que tal acontecesse por causa de Yehoud, que deveria ter sido libertado no sábado, e o Hamas acusou Israel de violar o acordo.

A libertação de Yehoud e de outros dois reféns junta-se à já agendada para o próximo sábado, quando deverão ser libertados três reféns.

Além disso, o Hamas, em comunicado, disse que o grupo militante entregou uma lista de informações necessárias sobre todos os reféns a libertar na primeira fase do cessar-fogo, e o gabinete do primeiro-ministro israelita confirmou ter recebido.

No domingo, as autoridades de saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, acusaram as forças israelitas de dispararem sobre uma multidão que se tinha reunido à espera de poder seguir para o norte do território, matando duas pessoas e ferindo nove.

Entretanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que a maior parte da população de Gaza fosse, pelo menos temporariamente, deslocada para outros locais, incluindo no Egito e na Jordânia, para "simplesmente limpar" o enclave devastado pela guerra.

O Egipto, a Jordânia e os dois principais movimentos palestinianos rejeitaram a ideia.

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