O novo conselheiro de segurança nacional da Suécia renunciou ao cargo horas depois de ter sido nomeado, devido a fotografias de cariz sexual do Grindr - uma aplicação de encontros para homossexuais - terem sido enviadas ao Governo por uma fonte anónima.

Tobias Thyberg assumiu o cargo na quinta-feira e renunciou na manhã seguinte, 12 horas depois. Esta sexta-feira, iria estar com o primeiro-ministro numa reunião de líderes europeus, porém, a sua participação foi cancelada.

Segundo o jornal sueco Expressen, o Governo terá recebido várias imagens de cariz sexual de um remetente anónimo. Foram enviadas, diz outro jornal, 33 minutos depois de ter sido divulgado que Tobias Thyberg assumiria o cargo de conselheiro de segurança nacional.

De acordo com a BBC, o Governo sueco alega que Tobias Thyberg omitiu informações que era obrigado a partilhar durante o processo de recrutamento. E o próprio admitiu.

"São fotografias antigas de uma conta que eu tinha na aplicação Grindr. Deveria ter informado [o Governo], mas não o fiz. Por isso, anunciei que não pretendeu assumir o cargo de conselheiro de segurança nacional", confessou ao jornal sueco Dagens Nyheter .

Tobias Thyberg, de 49 anos, foi, entre outros cargos, embaixador da Suécia no Afeganistão (de 2017 a 2019) e na Ucrânia (de 2019 a 2023). Liderou também unidades para a Europa Oriental e Ásia Central no Ministério das Relações Exteriores da Suécia.

O cargo de conselheiro de segurança nacional foi criado pelo atual Governo sueco para auxiliar o conselho de segurança e o primeiro-ministro em questões de polícia externa e de segurança, segundo o Dagens Nyheter.

A Suécia teve apenas dois conselheiros de segurança nacional até ao momento: Tobias Thyberg e Henrik Landerholm. Ambos deixaram o cargo devido a escândalos.

Sucedeu a Henrik Landerholm, que renunciou ao cargo em janeiro ao ser acusado de negligência com informações confidenciais. Deixou documentos com informações secretas - que poderiam colocar em causa a segurança da Suécia - num cofre destrancado de um hotel durante a sua ausência. Henrik Landerholm já se tinha esquecido do telemóvel na embaixada húngara e de um caderno numa rádio.

A oposição considera que a renúncia de Tobias Thyberg é um escândalo e critica o processo de recrutamento do Governo. Considera ainda que a situação é um fracasso para o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson.