Os ministros dos Negócios Estrangeiros, Asaad al Shaibani, e da Defesa, Marhaf Abu Qasra, vão debater com as autoridades de Doha "perspetivas de cooperação e coordenação entre os dois países", segundo a agência oficial síria SANA.

Os dois ministros viajam acompanhados pelo chefe dos serviços secretos sírios, Anas Jatab, de acordo com a mesma fonte, citada pela agência espanhola EFE.

A delegação planeia discutir com as autoridades do Qatar "o reforço da cooperação política, económica e humanitária e o apoio à reconstrução da Síria", segundo os meios de comunicação social do Qatar.

Os dois ministros pretendem também falar sobre a "oferta de apoio diplomático e político, a fim de contribuir para o levantamento das sanções impostas à Síria".

Trata-se da segunda visita do género de uma delegação de alto nível da nova administração síria desde o derrube do regime do antigo presidente Bashar al-Assad, em 08 de dezembro.

A mesma delegação deslocou-se à Arábia Saudita na quinta-feira para explicar a visão política e económica da nova Síria às autoridades do rico e influente reino árabe.

"Esperamos que estas visitas contribuam para apoiar a estabilidade, a segurança, a recuperação económica [na Síria] e estabelecer parcerias distintas", afirmou Shaibani na sexta-feira, ao anunciar as viagens ao Qatar, aos Emirados Árabes Unidos e à Jordânia.

O Qatar tem sido o principal apoiante dos opositores de Assad desde o início do conflito sírio, em 2011, quando as revoltas populares deram origem a uma guerra que dura há quase 14 anos.

Após o derrube de Assad por uma coligação de fações islamistas liderada pelo novo homem forte da Síria, Ahmed al-Sharaa, o Qatar foi um dos primeiros países a enviar uma delegação a Damasco.

O Qatar também estabeleceu uma ponte aérea para enviar ajuda humanitária ao país.

As visitas da delegação síria aos países árabes são também vistas como um passo para acalmar os receios entre os membros da Liga Árabe sobre as intenções da nova administração em Damasco.

Em causa está, especialmente, a vontade de combater grupos radicais como a organização terrorista Estado Islâmico, segundo a EFE.

Apesar de terem obtido o apoio da União Europeia e de Estados ocidentais, alguns países árabes, como o Egito, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, têm abordado com cautela a nova Síria, dirigida por islamitas.

Alguns países árabes enviaram delegações a Damasco após a queda de Assad para se encontrarem com as novas autoridades, mas só a Jordânia e o Kuwait o fizeram ao nível de ministros dos Negócios Estrangeiros.

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