A polícia de Londres anunciou sexta-feira ter recebido 40 denúncias de violação e agressões sexuais contra Mohamed Al-Fayed, o falecido dono dos armazéns Harrods.
Essas 40 denúncias juntam-se a outras 21 já entregues à polícia antes da emissão do documentário da BBC, a 19 de setembro, sendo que dessas 21 denúncias quatro são de violação 16 por agressões sexuais e uma para tráfico humano, segundo adiantou a Metropolitan Police.
Após essas revelações que se seguiram a um apelo à denúncia, a polícia recebeu "40 novos testemunhos, referentes a 40 vítimas, abrangendo crimes de agressões sexuais e violação num período entre 1979 e 2013", de acordo com o comunicado divulgado.
Essas denúncias vão agora ser examinadas para determinar se podem dar lugar a processos contra mais pessoas que não apenas Al-Fayed -- falecido em agosto de 2023, aos 94 anos -- em relação a quem não existe "qualquer perspetiva de condenação", detalhou a policia.
Pelo menos 200 mulheres, algumas menores à altura dos factos, acusam o milionário de violência sexual
Mohamed Al-Fayed era o pai do último companheiro da princesa Diana, Dodi Al-Fayed, que morreu também no acidente de viação a 31 de agosto de 1997 em Paris, que vitimou a princesa.
As denúncias passadas contra Mohamed Al-Fayed conduziram a cinco inquéritos entre 2005 e 2023, mas nenhum produziu nenhuma acusação. Serão agora reexaminadas à luz das recentes revelações.
A equipa de advogados 'Justice for Harrods Survivors' adiantou este sábado à AFP representar a partir de agora 116 mulheres de todo o mundo e ver chegar todos os dias novas denúncias contra o empresário egípcio.
Na quinta-feira, os armazéns londrinos adiantaram ter iniciado um processo de acordo extrajudicial com mais de 200 pessoas, depois de já ter "resolvido" um "certo número de litígios" ligados a Al-Fayed.
A BBC revelou igualmente na quinta-feira ter recebido 65 novas denúncias depois da difusão do seu documentário.
A contagem de vítimas é dificultada pelo facto de poder haver sobreposições entre as pessoas que contactaram a polícia, as que são representadas pela equipa de advogados e as que se encontram em processo de acordo amigável com o Harrods.
De acordo com os advogados do 'Justice for Harrods Survivors', existem "provas credíveis de agressões sexuais noutras propriedades e empresas de Al-Fayed, incluindo o clube de futebol inglês Fulham".
Adiantaram também representar antigas funcionárias do Hotel Ritz, em Paris, hotel de luxo do qual Mohamed Al-Fayed era proprietário.