O Presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu que cancelará os vistos de estudantes "simpatizantes do Hamas", após ter assinado uma ordem executiva contra o antissemitismo nos 'campus' universitários dos Estados Unidos, que deverá afetar instituições como Columbia e Harvard.
"A todos os estrangeiros residentes que se juntaram aos protestos pró-'jihadistas', avisamos: em 2025, vamos encontrar-vos e deportar-vos. Vou também cancelar rapidamente os vistos de estudante de todos os simpatizantes do Hamas nos 'campus' universitários, que foram infestados de radicalismo como nunca antes", refere a ordem executiva, que cita o Presidente norte-americano.
A medida, que exige a "ação imediata" do Departamento de Justiça para "reprimir o vandalismo e a intimidação pró-Hamas, e investigar e punir o racismo anti-judaico em faculdades e universidades esquerdistas e anti-americanas" visa a repressão do ativismo pró-palestiniano, caracterizado por Trump como um movimento "pró-jihadista", bem como a deportação dos estudantes estrangeiros que participaram em protestos universitários pró-palestinianos no ano passado.
Estão também incluídas na ordem, assinada por Trump na quarta-feira, instruções aos secretários de Estado, da Educação e da Segurança Interna para que exijam às universidades norte-americanas que monitorizem e informem sobre as atividades de estudantes e professores estrangeiros que possam ser consideradas antissemitas.
Trump referiu que decidiu assinar esta ordem executiva sobre o antissemitismo pois "os estudantes judeus, em particular, enfrentaram assédio antissemita nas escolas e nos 'campus' universitários".
O Harvard Crimson, um jornal dirigido por estudantes de Harvard, afirmou que, apesar de a ordem não cancelar diretamente os vistos, sugere que a Casa Branca "quer que as universidades questionem a elegibilidade para os vistos dos estudantes e funcionários internacionais que se envolvam em ativismo pró-palestiniano".
Protestos pró-Palestina eclodiram no ano passado
A ordem executiva dá particular atenção aos protestos que eclodiram em abril de 2024 nos 'campus' universitários dos Estados Unidos, em especial nas universidades de Columbia e Harvard, contra a guerra na Faixa de Gaza e o apoio de Washington a Israel.
Os protestos nas universidades tiveram uma duração de cerca de três meses e resultaram na detenção de cerca de 3.100 pessoas.
O Harvard Crimson apontou que a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, será "um alvo privilegiado" para a medida assinada pelo líder do executivo, uma vez que muitas das detenções nos protestos pró-palestinianos ocorreram nessa instituição, mas reconheceu que Harvard também poderá ser alvo de investigações devido a vários incidentes.
Presidente de Israel reage às medidas de Trump
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, agradeceu ao Presidente dos Estados Unidos por ter assinado a ordem executiva.
"Em nome de Israel e do povo judeu, agradeço ao Presidente Donald Trump a sua ordem executiva para combater o antissemitismo e o apoio ao terrorismo nos 'campus' universitários norte-americanos", de acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete.
"Obrigado [Trump] por defender a verdade e a justiça", dizia a nota do líder israelita.