
O Indicador Regional de Actividade Económica (IRAE) continua a revelar comportamento positivo, sendo que apesar de ter desacelerado em Janeiro de 2025 face a Dezembro de 2024. Depois de cinco meses em aceleração, o primeiro mês do ano resulta num abrandamento.
Com o IRAE em 2,9% face aos 3,3% do mês anterior, é de realçar que o pelo 47.º mês consecutivo a economia regional está em terreno positivo. Ou seja, há 3 anos e 10 meses, caminhando rapidamente para o 4.º ano consecutivo em crescimento.
A Direção Regional de Estatística da Madeira divulgou a informação resultante para este mês com destaque para poucos indicadores negativos nos 7 grandes temas da Síntese Económica de Conjuntura.
Na análise dos "principais indicadores conjunturais de curto prazo, agrupados por tema. Salienta-se que muitas das variações referidas são médias móveis de três meses, uma metodologia frequentemente utilizada em publicações desta natureza para atenuar oscilações pontuais e evidenciar tendências", realça.

Actividade Económica
Em janeiro de 2025, a economia regional manteve a sua trajetória de crescimento, impulsionada pelo turismo. O número de dormidas em alojamentos turísticos aumentou 8,5%, superando os 6,0% registados em dezembro de 2024. Também os proveitos totais apresentaram um crescimento significativo, de 26,0%, acima dos 21,2% do mês anterior. A emissão de energia elétrica, frequentemente associada à evolução da atividade económica, registou um aumento de 3,5%, acelerando face aos 2,2% de dezembro anterior.
No que se refere à introdução no consumo de gasóleo, verificou-se um crescimento de 2,6%, abaixo dos 3,8% registados em dezembro de 2024.
A relação entre sociedades constituídas e dissolvidas manteve um saldo positivo, com 2,7 novas sociedades por cada dissolução, valor idêntico ao observado no mês anterior.
Indicadores Qualitativos
Em janeiro de 2025, os indicadores de confiança nos sectores de atividade da Indústria Transformadora e no Comércio aumentaram face ao mês anterior, enquanto na Construção e Obras Públicas e nos Serviços diminuíram.
Consumo Privado
O volume de operações na rede SIBS com cartões bancários nacionais cresceu 8,8%, em valor, o que representa uma pequena desaceleração face aos 9,1% registados em dezembro.
O consumo de gasolina cresceu 9,5%, um valor ligeiramente superior ao observado no mês anterior (9,3%).
As aquisições de automóveis novos ligeiros de passageiros continuaram a cair, com uma quebra de 12,4%, embora menos acentuada do que a registada em dezembro de 2024 (-17,4%).
O saldo dos empréstimos ao consumo registou um crescimento de 6,3%, ligeiramente abaixo dos 6,4% verificados no mês anterior.
Investimento
Os indicadores de investimento apresentaram comportamentos mistos. Destacam-se positivamente a avaliação bancária da habitação, com um crescimento de 15,8%, e os edifícios licenciados, que aumentaram 6,2%. As vendas de automóveis ligeiros de mercadorias registaram uma subida de 34,7%, embora esta represente uma desaceleração face ao valor de dezembro anterior (51,5%).
A comercialização de cimento cresceu 3,3%, ficando, no entanto, abaixo dos 18,5% registados no mês anterior. Por outro lado, os empréstimos concedidos a sociedades não financeiras mantiveram a trajetória negativa, com uma redução de 6,7%.
Procura Externa
Embora o comércio com o estrangeiro represente apenas uma pequena parcela do comércio global da Região (sendo a maioria das trocas efetuadas com o Continente), importa referir que as exportações registaram uma recuperação, com um crescimento de 5,0%, contrastando com a queda de 2,4% observada em dezembro precedente. As importações, por sua vez, inverteram a tendência de crescimento e registaram uma diminuição de 5,2% face ao aumento de 7,3% observado no mês anterior.
O movimento de mercadorias nos portos registou uma diminuição de 1,1%, em contraste com o crescimento de 3,5% observado em dezembro de 2024. Já o tráfego de passageiros nos aeroportos manteve a trajetória de crescimento, acelerando para 8,7%, em janeiro de 2025, face aos 6,8% registados no mês anterior. Quanto aos levantamentos e compras com cartões internacionais, registou-se um aumento de 14,7%, ligeiramente abaixo dos 15,6% assinalados em dezembro.
Mercado de Trabalho
No mercado de trabalho, as ofertas de emprego registaram um aumento de 9,3%, um valor abaixo dos 21,5% observados no mês anterior. O número de desempregados inscritos caiu 5,0%, acelerando a tendência de descida iniciada em novembro de 2024. Também os pedidos de emprego apresentaram uma redução de 3,6%, após uma quebra de 0,4% em dezembro.
Preços
A taxa de inflação homóloga subiu para 4,3%, em janeiro de 2025, face aos 4,0% do mês anterior. A inflação foi mais baixa nos bens (2,8%) e mais elevada nos serviços (6,3%). O indicador de inflação subjacente aumentou para 4,5%, acima dos 4,2% registados em dezembro de 2024.
Síntese de Conjuntura já tem dashboard
Acompanhando esta primeira divulgação de 2025 da Síntese de Conjuntura, a DREM passa a disponibilizar um painel de dados (dashboard) dos indicadores integrados nessa Síntese. Os dashboards são ferramentas visuais usadas para apresentar dados de forma clara, interactiva e resumida, e facilitando a monitorização, análise e tomada de decisão.
É possível, assim, seleccionar as sete áreas da Síntese de Conjuntura (actividade económica, indicadores qualitativos, consumo privado, investimento, procura externa, mercado de trabalho e preços) e perceber graficamente a evolução de cada um dos vários indicadores, sendo possível também limitar ou expandir o período temporal a que se referem.