
"A Eslováquia tem reservas quanto à estratégia irrealista da 'paz pela força', que supostamente serve apenas como razão para a continuação da guerra na Ucrânia", referiu, em comunicado, o primeiro-ministro do Governo populista pró-russo, Robert Fico, em comunicado citado pela EFE.
Fico fez eco das palavras do Presidente norte-americano, Donald Trump, considerando igualmente que "a Ucrânia nunca será suficientemente forte para lutar numa posição de poder militar".
Bratislava vai manter a sua posição na cimeira europeia, na quinta-feira, em Bruxelas de não apoiar o país invadido, seja com dinheiro ou armas, "para o impedir de continuar a guerra".
Segundo o primeiro-ministro, a Eslováquia vai abordar, naquele fórum, "a necessidade de um cessar-fogo imediato, independentemente de quando for alcançado um acordo de paz final", embora reconheça que "os países membros da UE rejeitam" esta proposta.
Outra das exigências que Bratislava vai levar à reunião é a de que a Ucrânia retome o fluxo de gás russo através do seu território, renovando o acordo que Kiev recusou prolongar, quando expirou em dezembro, e que permitia que a Eslováquia fosse abastecida com gás russo.
A falta desta fonte de energia está a provocar uma redução preocupante das reservas de gás na Eslováquia, que não podem ser reabastecidas pelo gasoduto TurkStream, que transporta gás russo para a Europa de Leste através da Turquia, mas cuja capacidade é limitada.
Fico deu a entender que, se as suas propostas não forem tidas em conta, o Conselho Europeu de quinta-feira "poderá não conseguir chegar a acordo sobre as conclusões relativas à Ucrânia".
Na sexta-feira, Donald Trump e Volodymyr Zelensky protagonizaram uma discussão acesa perante os meios de comunicação, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington (EUA), sobre a situação na Ucrânia, na qual o Presidente norte-americano acusou o homólogo ucraniano de "brincar com a Terceira Guerra Mundial" ao recusar aceitar um cessar-fogo com a Rússia.
O Presidente ucraniano defendeu-se argumentando que não tinha garantias de segurança suficientes para assinar um cessar-fogo e teve também de lidar com o vice-presidente norte-americano, JD Vance, também presente, que acusou Zelensky de desrespeitar os esforços da Casa Branca para pôr fim ao conflito.
Zelensky e a delegação ucraniana acabaram por abandonar a residência oficial do Presidente Trump.
A reunião falhada terminou também sem a assinatura de um acordo que a administração Trump e a Ucrânia estavam a negociar há semanas, segundo o qual os EUA teriam acesso à exploração das terras raras do país, em troca de continuarem a ajudar no esforço de guerra.
MPE // CSJ
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