Uma estudante turca foi detida na terça-feira perto da Universidade de Tufts, no Massachusetts, por vários agentes da Imigração e Alfândega dos EUA, sendo o seu paradeiro incerto.

Num vídeo divulgado pela imprensa norte-americana, é possível ver Rumeysa Ozturk ser abordada por um homem encapuzado, que a segura pelo colarinho. Rapidamente juntam-se cinco pessoas, todas de cara tapada, deixando a jovem visivelmente assustada.

Nas mesmas imagens vê-se a estudante a ser algemada e detida. Só depois disso é que os agentes se identificam.

O advogado de Rumeysa informa que ainda não foi possível contactar a estudante de 30 anos, cujo paradeiro permanece desconhecido. Segundo o New York Times, registos da Agência de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), mostram que uma pessoa com o mesmo nome se encontra num centro de detenção no Louisiana.

Em comunicado, um porta-voz do Departamento de Segurança Interna alega que Rumeysa Ozturk “participou em atividades de apoio ao Hamas”, sem revelar mais detalhes, razão que motivou “a anulação do visto”.

Não há, no entanto, registo de qualquer acusação contra a estudante, revelou o advogado.

A detenção está a gerar uma onda de revolta e levou até a procuradora-geral de Massachusetts a pronunciar-se, garantindo que está a acompanhar a situação.

“As imagens da detenção de Rumeysa Ozturk - uma estudante que está cá legalmente - são perturbadoras. Com base no que sabemos agora, é alarmante que a administração federal tenha optado por emboscar e deter Rumeysa Ozturk devido às suas opiniões políticas. Isto não é segurança pública, é intimidação que será, e deverá, ser cuidadosamente analisada em tribunal”, disse.

Quem é Rumeysa Ozturk?

A turca de 30 anos participava num programa internacional na Universidade de Tufts e era portadora de um visto válido para estudar nos Estados Unidos. Uma das suas professoras descreve-a como uma pessoa “que não seria capaz de magoar ninguém”.

“É extremamente sensível em questões de direitos humanos e de diversidade. É uma pessoa que se pauta pela inclusão.”

Em março de 2024, Rumeysa foi co-autora de um artigo que criticava a resposta da universidade aos protestos pró-palestina, publicado no jornal universitário.

Na terça-feira à noite, num e-mail enviado à comunidade escolar, o reitor da Universidade de Tufts garantiu que a administração não tinha qualquer conhecimento do plano para deter a estudante e que não partilhou previamente nenhuma informação com as autoridades.