O Departamento de Justiça dos EUA avançou, nesta sexta-feira, com acusações criminais numa conspiração iraniana frustrada para matar o Presidente eleito, Donald Trump, antes das eleições desta semana.
Uma queixa criminal apresentada no tribunal federal de Manhattan alega que um funcionário não identificado da Guarda Revolucionária do Irão instruiu um membro, em setembro passado, num plano para vigiar e, em última instância, matar Trump.
Se o homem, identificado como Farjad Shakeri, não conseguisse criar um plano antes das eleições, de acordo com a denúncia, o Irão iria suspender o seu plano por algum tempo, já que se acreditava que Trump iria perder as eleições presidenciais, tornando-se um alvo mais fácil de abater.
Shakeri, que está em fuga e permanece no Irão, disse ao FBI que não planeava propor um plano para assassinar Trump dentro dos sete dias solicitados pelo funcionário, de acordo com a queixa.
O porta-voz de Trump, Steven Cheung, revelou, nesta sexta-feira, que o presidente eleito estava ciente do plano de assassinato e nada o impedirá "de regressar à Casa Branca e restaurar a paz em todo o mundo".
Dois outros homens, identificados como Jonathan Loadholt e Carlisle Rivera, foram detidos neste processo sob a acusação de que Shakeri os recrutou para seguir e matar a jornalista iraniano-americano Masih Alinejad, alvo de vários planos de assassinato por encomenda, alegadamente pelo Irão, frustrados pelas autoridades.
Numa publicação na rede social X, a jornalista sublinhou que se deslocou para os Estados Unidos para "praticar o direito à liberdade de expressão da Primeira Emenda".
"Não quero morrer. Quero lutar contra a tirania e mereço estar segura Obrigado às autoridades por me protegerem, mas peço ao governo dos EUA que proteja a segurança nacional da América".
Shakeri, um cidadão afegão que imigrou para os EUA quando era criança, mas que mais tarde foi deportado depois de passar 14 anos na prisão por roubo, disse ainda aos investigadores que foi incumbido pelo seu contacto da Guarda Revolucionária de planear o assassinato de dois judeus-americanos que viviam em Nova Iorque.
O enredo - cujas acusações foram reveladas poucos dias após a vitória de Trump sobre a democrata Kamala Harris - reflete o que as autoridades federais descreveram como esforços contínuos do Irão para atingir funcionários do Governo norte-americano, bem como outras figuras políticas, incluindo Trump, em solo norte-americano.
Irão é um dos mais perigosos para os EUA
"Há poucos intervenientes no mundo que representem uma ameaça tão grave para a segurança nacional dos Estados Unidos como o Irão", sublinhou o procurador-geral Merrick Garland, em comunicado.
O diretor do FBI, Christopher Wray, realçou que o caso mostra as "contínuas tentativas descaradas do Irão para atingir cidadãos norte-americanos", incluindo Trump, "outros líderes governamentais e dissidentes que criticam o regime de Teerão".
Operacionais iranianos também conduziram uma operação de 'hacking' e fuga de e-mails pertencentes a associados da campanha de Trump, no que as autoridades avaliaram como uma tentativa de interferir nas eleições presidenciais.
- Com Lusa