O Governo vai avançar com uma auditoria à gestão do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), informou esta segunda-feira em comunicado. A auditoria ficará a cargo da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) e irá abranger a atividade do instituto desde 2021, ou seja, nos últimos quatro anos.

Em comunicado conjunto, o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças sublinham que, tendo em conta as recentes dúvidas levantadas sobre o funcionamento do INEM, não é suficiente "uma mera análise da documentação genericamente disponibilizada no quadro da prestação de contas regular."

O Executivo reforça, por isso, a necessidade de avaliar no local as condições e operação do serviço, de maneira a obter uma "visão clara e completa da situação". Refere ainda que a auditoria ajudará a adotar medidas necessárias para minimizar os constrangimentos.

"O Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins determinam que a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) realize uma auditoria ao funcionamento do INEM, I.P., nos domínios organizacional, administrativo e financeiro, no que concerne à gestão e avaliação dos recursos humanos e da realização da despesa, que concorram para o desenvolvimento da sua atividade", lê-se no comunicado enviado às redações.

No final de março, a Inspeção-Geral de Finanças deverá apresentar um relatório com os resultados.

O INEM conta, desde a semana passada, com mais 200 técnicos de emergência pré-hospitalar, um número que deverá duplicar no final do ano com a abertura de um novo concurso. Quatro dias depois da entrada dos novos técnicos, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) identificou possíveis irregularidades nos pagamentos a formadores internos do INEM, levando à suspensão do pagamento dos valores. A situação, que afeta dezenas de funcionários há meses, está sob nova inspeção da IGAS.

Entre outubro e novembro do ano passado, a insatisfação dos técnicos de emergência pré-hospitalar culminou numa greve que provocou atrasos de horas no atendimento das chamadas para o INEM. Nessas semanas, somaram-se as denúncias de mortes de utentes alegadamente relacionadas com os atrasos no socorro.