
Em Bruxelas para a reunião de líderes da União Europeia, esta quinta-feira, o primeiro-ministro remeteu para a votação da moção de confiança explicações sobre a atual situação da política portuguesa, recusando alongar-se, para já, sobre a questão.
Depois de recusar analisar a crise que está a abalar a política portuguesa, o chefe do Executivo lembrou que o Conselho Europeu que se realiza em Bruxelas é “extraordinariamente importante”.
“A nossa expetativa é possamos dar passos muito largos para a participação da UE num processo de paz que todos ambicionam para a Ucrânia, com a Ucrânia.”
Nesta reunião de líderes, e em parceria com a Comissão Europeia, os intervenientes irão “começar a executar e desenhar o plano de reforço dos investimentos” dos Estados-membros na Defesa, informou.
Montenegro lembrou que, para isso, a Aliança europeia irá disponibilizar 150 mil milhões de euros em empréstimos às nações integrantes.
"Governo não está limitado em nada"
Questionado se não está fragilizado tendo em conta a situação política do país, o primeiro-ministro garantiu que se sente “na plenitude do exercício da função” de primeiro-ministro:
“O Governo não está limitado em nada e, portanto, naturalmente, que a representação portuguesa [em Bruxelas] é absolutamente plena e total.”
Prosseguiu dizendo que, atualmente, Portugal "é um dos países com maior estabilidade económica e financeira da União Europeia" e lembrou que, no final de 2024, as expetativas de crescimento económico "foram superadas".
"Portugal é um dos poucos países da UE que teve um 'superavit', que se vai repetindo e que se vai manter nos próximos anos", defende o líder do Executivo antes de sublinhar que "não há nenhuma razão para ver em Portugal um foco de instabilidade da União Europeia, pelo contrário".
Questionado sobre a perspetiva de eleições legislativas antecipadas, o primeiro-ministro reconheceu que, como o Governo "está sempre dependente da Assembleia da República, não tem uma maioria absoluta", pode "sempre acontecer, a todo o tempo, ser aprovada uma moção de censura ou também pode acontecer, no caso de o Governo decidir, como decidiu, de apresentar uma moção de confiança, que ela possa não ser aprovada".
"É desejável que não haja nenhuma perturbação política”
Mais uma vez, recusou antecipar a moção de confiança apresentada pelo Governo e atirou que, “do ponto de vista da realidade social e económica do país, é desejável que não haja nenhuma perturbação política”, no entanto entende que “a democracia tem de funcionar”.
“Se o Parlamento tem dúvidas quanto à legitimidade do Governo para continuar a executar o seu programa, esse problema tem de ser resolvido de forma frontal e sincera”, notou.
Já sobre a posição de Portugal no apoio à Ucrânia, o primeiro-ministro clarificou que o país continuará "a comprir os seus compromissos" com Kiev.
O Governo aprovou esta quinta-feira, por via eletrónica, a moção de confiança que vai entregar no Parlamento, avançou o Expresso e confirmou a SIC.
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