"No que nos compete, tomaremos medidas e vamos pedir o apoio do Governo português para que sejam tomadas ou reforçadas as medidas de segurança aos membros do Governo [guineense] que venham a Portugal em missão de serviço, como não podia deixar de ser, porque infelizmente temos visto que este comportamento teima em persistir e não podemos compactuar com isso", disse Carlos Pinto Pereira.

Em declarações à Lusa à margem da assinatura de um acordo de cooperação com a Imamat Ismaili, hoje em Lisboa, o governante disse que "na Suíça [foi atacado] um diplomata, e aqui em Portugal foi um membro do Governo", acrescentando: "Só tenho de apelar aos nossos cidadãos para que evitem esse tipo de comportamento, e cada um assume as suas responsabilidades".

Questionado sobre o que pode explicar estes dois ataques, o chefe da diplomacia guineense respondeu: "Nada o pode explicar, cada um está do seu lado e defende a sua posição, mas atacar A, B ou C, ainda por cima em território estrangeiro, é complicado".

Na semana passada, Carlos Pinto Pereira já tinha condenado a agressão do embaixador Hélder Vaz por guineenses na Suíça, por alegadas motivações políticas.

Helder Vaz, embaixador guineense com residência na Bélgica, mas que cobre vários países europeus, deslocou-se a Genebra, na Suíça, em meados deste mês, para se reunir com cidadãos guineenses radicados naquela cidade, mas, quando se preparava para entrar na sala, um homem atirou-lhe um balde de farinha de trigo.

Num vídeo a circular nas redes sociais de guineenses, uma mulher aparece a dirigir impropérios ao embaixador, que ainda esboçou uma reação contra o indivíduo que lhe atirou com a farinha.

Não se vê, entretanto, o que se passou entre o embaixador e o homem.

"Infelizmente, mais uma vez, as pessoas parece que perderam a noção da convivência entre pessoas do mesmo país, sobretudo quando estão no estrangeiro. Queremos manifestar a nossa total solidariedade ao nosso embaixador", enfatizou Carlos Pinto Pereira.

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