
Leonardo Severino Sapalo falava aos jornalistas após uma visita de uma delegação de diplomatas de várias nacionalidades à Organização Não Governamental britânica Halo Trust, no âmbito de uma viagem ao Corredor do Lobito
"Na província do Huambo e na província de Benguela, o trabalho de desminagem das áreas minadas conhecidas está a chegar praticamente ao fim. Ou seja, as áreas identificadas e catalogadas na base de dados nacional de ação contra minas correspondem com os relatórios operativos da conclusão dessas tarefas", adiantou o responsável.
O governo da província e os administradores municipais terão ainda de confirmar que as áreas minadas conhecidas já não existem para se declarar a província como sendo livre de áreas minadas conhecidas, sublinhou, já que existe ainda uma etapa de desminagem residual.
Angola passou por uma longa guerra civil de quase 30 anos após a independência, que deixou extensas áreas minadas em todo o território
No caso do Corredor do Lobito, infraestrutura ferroviária que percorre cerca de 1300 quilómetros atravessando Angola desde o Porto do Lobito até à fronteira com a Zâmbia foram removidas e destruídas 43.142 minas antipessoais, 2.460 minas antitanque e 235.050 engenhos explosivos não detonados numa superfície de 74.763.917 metros quadrados
Mas além de Huambo e Benguela , há pelo menos 192 campos minados localizados ao longo do Corredor do Lobito, em municípios adjacente das províncias do Bié e Moxico, segundo estimativas da Halo Trust, que opera em Angola desde 1994.
Segundo Leonardo Sapalo, em todo o pais há 975 áreas por desanimar r são necessários financiamentos para assegurar que as unidades de desminagem (Forças Armadas Angolanas e do Centro Nacional de Desminagem) "tenham capacidade logística, técnica para proceder à intervenção e, subsequentemente, à eliminação dessas áreas.
O diretor geral da ANAM indicou que para desminar um metro quadrado são necessários aproximadamente 3 dólares e 10 cêntimos, o que significa um esforço financeiro de aproximadamente 240 milhões de dólares norte-americanos para desminar as áreas conhecidas
Leonardo Sapalo afirmou que além dos fundos Orçamento Geral do Estado estão a ser mobilizados recursos internacionais, e salientou que alem das áreas conhecidas pudera existir outras ainda não localizadas
No caso do Corredor do Lobito, que atravessas várias províncias angolanas além de Benguela e Huambo será dada agora maior atenção às província do Bié, Moxico e Moxico Leste, tendo sido já feita a desminagem em toda a área envolvente do caminho de ferro foram objeto de desminagem.
A sede da Halo Trust foi uma das paragens da comitiva diplomática que integra uma visita organizada pela embaixada do Estados Unidos da América ao Corredor do Lobito com 17 embaixadores europeus e de outras nacionalidades, bem como responsáveis angolanos e lideres empresariais
P objetivo é interagir comunidades locais, especializas em desminagem e autoridades governamentais para avaliar o impacto das iniciativas que estão a ser promovidas e visitar alguns projetos empresariais.
O Corredor do Lobito cuja concessão foi atribuída à Lobito Atlantic Railway, consórcio que integra três empresas europeias incluído a portuguesa Mota-Engil é uma infraestrutura prioritária para os EUA e União Europeia.
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Nota: A Lusa viajou a convite da Embaixada dos EUA em Luanda