O acordo abrange "áreas alinhadas com os nossos interesses nacionais e objetivos de desenvolvimento a longo prazo", disse, no sábado, o primeiro-ministro do pequeno arquipélago de 17 mil habitantes, em comunicado.

Mark Brown terminou na sexta-feira uma visita oficial de cinco dias à China, durante a qual se encontrou com o homólogo chinês, Li Qiang.

O chefe do Governo das Ilhas Cook disse que a parceria com Pequim inclui comércio, investimento, oceanografia, infraestruturas e transportes, acrescentando que os detalhes serão anunciados "nos próximos dias".

"A nossa relação e envolvimento com a China complementam, não substituem, as nossas relações de longa data com a Nova Zelândia e muitos outros parceiros bilaterais, regionais e multilaterais", garantiu Brown.

Na sexta-feira, as Ilhas Cook, antiga colónia da Nova Zelândia, tinham anunciado o início de conversações com a China sobre a exploração de recursos minerais submarinos.

A pequena nação autónoma do Pacífico concedeu uma licença a três empresas para explorar o fundo marinho em busca de nódulos ricos em metais, como o níquel e o cobalto, utilizados nas baterias dos automóveis elétricos.

"Estas conversações abriram a porta a novas áreas de colaboração", declarou Mark Brown.

O governante, que é também responsável pela pasta dos Minerais dos Fundos Marinhos, sublinhou o facto de este setor poder valer vários milhares de milhões de dólares.

No ano passado, Brown sublinhou que as Ilhas Cook precisavam de se proteger contra as alterações climáticas "com todas as receitas que conseguirmos obter".

Os defensores da extração mineira em águas profundas afirmam que as pastilhas de níquel e cobalto do tamanho de batatas podem ser facilmente extraídas do fundo do mar, ajudando a reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

Na semana passada, a Nova Zelândia manifestou "profunda preocupação" relativamente a um acordo de cooperação negociado com a China, cujos pormenores não foram publicados.

As Ilhas Cook, que dispõem de uma vasta Zona Económica Exclusiva no coração do Pacífico Sul, têm um acordo de "livre associação" com a Nova Zelândia, que lhes presta apoio orçamental e assistência em matéria de Negócios Estrangeiros e Defesa. Os seus habitantes gozam da cidadania neozelandesa.

A China está a procurar alargar a sua influência diplomática, económica e militar na região estratégica do Pacífico, desafiando o papel histórico dos Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália.

Em dezembro, as Ilhas Cook receberam o vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaozu, para discutir o reforço dos laços em áreas como o desenvolvimento económico, a saúde, a educação e a resposta às alterações climáticas.

 

VQ (JPI) // VQ

Lusa/Fim