
Os responsáveis do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) confirmam que o apagão provocou dificuldades no socorro, como o Expresso noticiou poucas horas depois do colapso na rede elétrica. Em comunicado enviado ao final da manhã desta terça-feira, o INEM explica que “o pico de chamadas em espera e desligadas na origem registou-se cerca das 14h, com um total de 100 chamadas, tendo os sistemas de callback e de atendimento automático dos CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) recuperado 100% destas chamadas”.
Além dos pedidos de socorro com atraso, “verificaram-se igualmente constrangimentos pontuais no acionamento de meios de emergência” no terreno. Segundo os responsáveis pela emergência médica pré-hospitalar, os constrangimentos foram "consequência das falhas registadas nas infraestruturas de comunicação nacionais”. Em concreto, “entre as 13h e as 15h verificou-se um período de maior pressão no sistema devido a falhas registadas nas redes móveis de comunicações em todo o país”.
Esta terça-feira, o INEM admitiu ainda que “durante a tarde foram progressivamente restabelecidas as comunicações telefónicas, o acesso à internet e à rede SIRESP, verificando-se a normalização do serviço ao nível nacional pelas 23h20m”. Mas, assegura, a resposta de crise foi acionada de imediato. “Pelas 11h40, a Sala de Situação Nacional do INEM iniciou o acompanhamento de toda a situação para fortalecer o trabalho dos CODU, tendo procedido também, no imediato, ao reforço das equipas, designadamente dos profissionais escalados nos CODU, conforme previsto em situações excecionais.”
No comunicado, é ainda explicado que “as aplicações próprias do INEM, de atendimento telefónico, triagem e processamento das chamadas, mantiveram-se sempre operacionais, não se tendo registado qualquer interrupção no seu funcionamento e consequente atendimento e triagem telefónica das chamadas recebidas” e “a autonomia energética dos edifícios onde estão instalados os CODU do INEM esteve sempre garantida através dos geradores próprios existentes”. Além disso, “foram imediatamente planeadas várias medidas para operacionalização dos CODU junto dos Centro Operacionais 112 (COSUL e CONOR), caso se verificassem dificuldades na passagem de chamadas via 112, não tendo sido necessário ativar este recurso” e “estabelecida uma rede de acionamento de meios através dos Comandos Sub-regionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, através de canais dedicados de rádio SIRESP”.
Segundos os profissionais quem estavam de serviço no INEM durante o apagão, a rede ficou em baixo durante quase 20 minutos. As falhas não são inéditas e até já foram alvo de denúncia por peritos externos no início do ano.