Segundo Katz, os combatentes do Hezbollah ainda não se retiraram para norte do rio Litani, no sul do Líbano, a cerca de 30 quilómetros (km) da fronteira israelita, como estava previsto no acordo.

"Se esta condição não for cumprida, não haverá acordo e Israel será obrigado a atuar unilateralmente para garantir o regresso seguro dos habitantes do norte [de Israel] às suas casas", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.

O acordo de tréguas entrou em vigor em 27 de novembro, dois meses após uma guerra aberta entre Israel e o Hezbollah, que saiu consideravelmente enfraquecido do conflito, com a liderança em grande parte dizimada.

O Hezbollah começou a bombardear Israel para apoiar o grupo palestiniano Hamas, que enfrenta uma vasta ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que atacou Israel em 07 de outubro de 2023.

Nos termos do acordo, o exército libanês e as forças de manutenção da paz da ONU devem instalar-se no sul do Líbano e o exército israelita deve retirar-se no prazo de 60 dias.

O acordo prevê igualmente a retirada do Hezbollah para um raio de cerca de 30 km da fronteira israelita.

Desde o início do cessar-fogo, as duas partes têm-se acusado mutuamente de repetidas violações.

Em setembro, Israel intensificou a campanha de bombardeamentos contra os bastiões do Hezbollah no Líbano e enviou tropas para o sul do país.

O objetivo era impedir o Hezbollah de disparar foguetes contra o norte de Israel e manter os combatentes do movimento islâmico afastados da fronteira para permitir o regresso dos israelitas deslocados.

"A primeira condição para a aplicação do acordo é a retirada completa da organização terrorista Hezbollah [até ao norte] do rio Litani, a destruição de todas as armas e o desmantelamento das infraestruturas terroristas na região pelo exército libanês, o que ainda não aconteceu", afirmou Katz.

Mais de um mês após a entrada em vigor do acordo, o exército israelita retirou-se apenas de um setor do sul do Líbano, Khiam, onde o exército libanês se encontra implantado.

A força de manutenção da paz das Nações Unidas no Líbano e o exército libanês acusaram Israel de várias violações do acordo de cessar-fogo.

O Hezbollah, o Hamas, os rebeldes huthis do Iémen e vários grupos extremistas da região fazem parte do chamado "eixo de resistência" contra Israel liderado pelo Irão.

O eixo também tinha como aliado o regime de Bashar al-Assad na Síria, que foi deposto em 08 de dezembro, após uma ofensiva relâmpago de forças rebeldes.

Assad fugiu para a Rússia, que lhe deu asilo político.

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