O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, afirmou esta sexta-feira, em entrevista à Al-Jazeera, que a Faixa de Gaza deve ser reocupada e que o exército israelita vai continuar na região por "muitos anos", como forma de garantir segurança e prevenir a reestruturação do Hamas.

Smotrich mostrou-se também otimista em relação a um possível acordo político até ao final do ano, embora não existam avanços concretos no sentido de um cessar-fogo. Do outro lado, ao mesmo canal, Sami Abu Zuhri, um dos porta-vozes do Hamas, confirmou que o grupo estaria aberto a uma trégua.

Contudo, o responsável do grupo islâmico avançou que a proposta apresentada pelos israelitas não atende às condições essenciais do Hamas, que exige a cessação total dos ataques, de modo a permitir o estanque da violência em Gaza. Zuhri acusou Israel de pretender apenas o resgate de reféns e não o fim da guerra.

Enquanto as negociações não culminam num acordo, o número de mortos aumenta: só nas últimas 24 horas, 55 palestinianos foram mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde palestiniano. Estima-se que, desde o início do conflito, a 7 de outubro de 2023, pelo menos 43.259 palestinianos tenham morrido e outros 101.827 ficado feridos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) veio esta sexta-feira também classificar a situação no norte de Gaza como "apocalíptica" e alertou que milhões de pessoas na região estão "sob risco iminente de morte", apelando novamente para que Israel interrompa os ataques e permita a intervenção das equipas humanitárias.

A tensão também se alastra pelo Líbano, onde novos ataques aéreos em Beirute na madrugada desta sexta-feira causaram mais de 10 mortes.

Na quinta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, chegou a mencionar um "progresso" nas conversas para um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah. Porém, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, encarou a continuidade dos ataques como um sinal de que Israel não está comprometido em pôr fim ao conflito.

Desde o início da guerra em Gaza, o Líbano tem registado igualmente um saldo elevado de vítimas, com pelo menos 2.867 mortos - incluindo 45 nas últimas 24 horas - e 13.047 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.