A candidatura do Livre-Madeira às Legislativas lançou este sábado um alerta sobre a necessidade urgente de medidas para combater os impactos das alterações climáticas e da massificação do turismo na Região, apresentando um conjunto de propostas para uma transição ecológica.

Em comunicado enviado à imprensa, o partido manifesta "profunda preocupação com os impactos cada vez mais visíveis não só pela massificação do turismo, mas pelas consequências das alterações climáticas na Região Autónoma da Madeira", destacando a crescente degradação dos ecossistemas e a perda acelerada de biodiversidade como sinais de uma "crise ambiental que exige resposta urgente, integrada e sustentável".

"As alterações nos padrões climáticos - com episódios sucessivos de calor extremo, chuvas intensas e secas prolongadas - estão a provocar instabilidade nos solos e afloramentos rochosos das encostas madeirenses, potenciando o risco de derrocadas e colocando em perigo a vida humana", refere o comunicado.

Uma das principais preocupações apresentadas pelo Livre é o risco para a Floresta Laurissilva, Património Mundial da UNESCO. Segundo o partido, esta floresta única "depende de um regime estável de humidade e precipitação" e a sua degradação "seria uma perda irreparável para a Madeira e para o planeta".

O comunicado do Livre-Madeira alerta também para os desafios enfrentados pelas espécies endémicas da ilha, que têm dificuldades de adaptação às rápidas mudanças climáticas, enquanto as espécies invasoras proliferam e ameaçam o equilíbrio ecológico.

A escassez de água é outro problema identificado pelo partido, que aponta que a irregularidade das chuvas "compromete o sistema tradicional de levadas e coloca em causa a agricultura local e o abastecimento às populações".

O Livre defende que "a resposta à crise climática na Madeira deve ser integrada numa estratégia nacional e regional de transição justa e ecológica" e apresenta várias medidas concretas, incluindo a antecipação da neutralidade carbónica para 2040 e a requalificação ecológica das encostas.

"Não basta reconhecer o problema: é urgente agir, coragem, planeamento e solidariedade", afirma o partido, que propõe ainda outras iniciativas como o "reforço da educação ambiental nas escolas" e a criação de um "Plano Nacional para a Justiça Climática".

O partido defende também a "descentralização efectiva de competências ambientais", para que a Região Autónoma possa implementar políticas climáticas "adequadas ao seu território e à sua realidade específica".

No final do comunicado, o Livre reafirma o seu "compromisso com uma Madeira mais resiliente, justa e ambientalmente equilibrada" e promete continuar a trabalhar para garantir que o combate às alterações climáticas seja "uma prioridade nas políticas públicas, colocando o bem comum, o futuro das próximas gerações e a defesa da vida no centro da decisão política".