O histórico navio transatlântico norte-americano SS United States, que um condado da Florida planeia transformar no maior recife artificial do mundo, partiu do rio Delaware, na quarta-feira, depois de estar atracado durante quase 30 anos, naquela que é a sua viagem final.

As autoridades adiantaram que o acordo para a compra do navio pode vir a custar mais de 10 milhões de dólares e prevê que o longo processo de limpeza, transporte e afundamento do navio demore pelo menos um ano e meio.

O SS United States, está a ser rebocado para Mobile, no estado de Alabama, para os trabalhos de preparação antes de ser afundado na costa do Golfo da Florida.

A mudança ocorre cerca de quatro meses depois de a associação que tutela o navio e o seu proprietário terem resolvido uma disputa de aluguer que durava há anos. As autoridades planearam inicialmente a transferência do navio para novembro passado, mas esta foi adiada devido a preocupações da Guarda Costeira dos EUA de que o navio não era suficientemente estável para fazer a viagem.

As autoridades do condado de Okaloosa esperam que o navio se torne um destaque entre os mais de 500 recifes artificiais do condado e uma atração de mergulho que poderá gerar milhões de dólares anuais em receitas turísticas locais para lojas de mergulho, barcos de pesca e hotéis.

Qual é a história do navio SS United States?

O SS United States foi outrora considerado um farol da engenharia americana, sendo também um navio militar que podia transportar milhares de tropas. O navio tem 302 metros de comprimento e bateu o recorde de velocidade transatlântica em ambas as direções, ao atingir uma velocidade média de 36 nós, pouco mais de 66 quilómetros por hora, na sua viagem inaugural em 1952.

Biblioteca Estadual de Queensland

O navio atravessou o Oceano Atlântico em três dias, 10 horas e 40 minutos, superando o tempo do RMS Queen Mary em 10 horas. Até hoje, o SS United States detém o recorde de velocidade transatlântica para um navio transatlântico.

"O navio simbolizará para sempre a força, a inovação e a resiliência da nossa nação", afirmou Susan Gibbs, presidente da SS United States Conservancy e neta do arquiteto naval que concebeu o navio."Desejamos-lhe 'bons ventos e mares tranquilos' na sua viagem histórica para a sua nova casa", acrescentou.

O SS United States tornou-se um navio de reserva em 1969 e, mais tarde, passou para vários proprietários privados que esperavam remodelá-lo, que acabaram por achar os seus planos de renovação demasiado caros ou pouco oportunos, deixando o navio a pairar durante anos na zona ribeirinha do rio Delaware, a sul de Filadélfia.

Recifes Artificiais em Portugal

Também em Portugal existem vários recifes artificiais espalhados pelo país, como por exemplo nas zonas do Algarve, Nazaré e Madeira, que contaram com afundamentos de navios. O Ocean Revival é o maior recife artificial da Europa, com quatro navios afundados e está localizado em Portimão.

Com Lusa