![Mais de 200 salas de aula destruídas em manifestações no centro de Moçambique](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
"Durante as manifestações violentas pós-eleitorais, a Província registou a destruição de mais de 200 salas de aulas e diversos bens escolares", refere-se numa nota divulgada pelo Conselho Executivo Provincial de Tete.
Segundo as autoridades provinciais, já foram recuperadas 29 salas destruídas, com "esforços" ainda em curso para reabilitação das restantes.
O novo ano letivo em Moçambique arrancou a 31 de janeiro, no entanto, o Governo de Moçambique admitiu, no dia 28, ter um défice de cerca de 12.000 professores para o ano letivo 2025, reconhecendo que alguns profissionais da educação terão sobrecarga de horas extraordinárias para suprir as necessidades.
"Temos um défice de cerca de 12.000 professores e isso impõe um desafio grande", disse o porta-voz do Conselho Ministros, Inocêncio Impissa, após uma sessão do órgão, em Maputo, respondendo a perguntas de jornalistas face às novas contratações para o setor de educação para evitar que se acumulem horas extraordinárias.
A ministra da Educação e Cultura de Moçambique também admitiu que cerca de 8.500 turmas ainda lecionam ao ar livre no país.
"São aproximadamente 8500 turmas ao ar livre. Como sabemos, quando chove, a criança não pode ter aulas, deve andar de sombra em sombra, e não é isso que nós queremos", disse Samaria Tovela, citada hoje pela comunicação social.
Segundo a dirigente, pelo menos 80 escolas foram afetadas durante os protestos pós-eleitorais no país, sendo necessários recursos para a reconstrução das mesmas.
O porta-voz do Governo assegurou que estão criadas as condições para ano letivo 2025, não obstante os desafios referentes à insuficiência de infraestruturas, com salas destruídas durante manifestações pós-eleitorais e outras pelos ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram sobretudo a região norte de Moçambique.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, ocorrem em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.
LYCE (PYME) // ANP
Lusa/Fim.