
A participação em eleições federais na Alemanha subiu este domingo para entre 83% e 84%, de acordo com as previsões das emissoras públicas ZDF e ARD, o número mais alto desde a reunificação do país, em 1990.
Nas eleições legislativas de 2021, a taxa de participação foi de 76,4 %, pelo que desta vez, segundo as projeções, terá sido superada em 6,6 ou 7,6 pontos.
De acordo com o canal NTV, a taxa de participação só foi mais elevada em 1987, com 83,4%. Após a reunificação, a taxa de participação mais elevada registou-se em 1998, com 82,2%.
O facto de a afluência às urnas estar a caminho de um recorde já era evidente quando a Comissão Eleitoral Central da Alemanha anunciou uma afluência de 52% às 14:00 locais (menos uma hora em Lisboa), quando em 2021 este valor rondava os 36,5% à mesma hora.
Conservadores vencem, extrema-direita festeja
Cerca de 59,2 milhões de alemães foram chamados às urnas para eleger os 630 deputados do Bundestag (câmara baixa do parlamento).
De acordo com as projeções, o bloco conservador, formado pela União Democrata-Cristã (CDU) e pela congénere bávara União Social-Cristã (CSU), venceu as eleições com cerca de 29% dos votos, seguido pelo partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que quase duplicou a sua votação de 2021, para 19,5%.
O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, terá obtido cerca de 16%, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram entre 12,4 e 13% dos votos. A Esquerda (Die Linke) terá alcançado cerca de 8,5%, acima dos 4,9% de 2012.
Segundo as projeções, os liberais do FDP, cuja saída da coligação liderada por Scholz, em novembro passado, precipitou a realização de eleições antecipadas - estavam previstas para final de setembro -, e a esquerda populista Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) ficaram abaixo dos 5% necessários para entrar no parlamento.