Ao final desta terça-feira, havia mais de 20 grandes incêndios ativos, com mais de 6 mil operacionais no terreno, apoiados por cerca de 1900 viaturas. Isto numa altura em que osmunicípios afetados pelos fogos estão já em estado de calamidade, como anunciado pelo primeiro-ministro.

Fogos já fizeram sete mortos

O número de mortes, desde o início desta vaga de incêndios, subiu para sete. Às três vítimas mortais já registadas até segunda-feira, somou-se a morte, por doença súbita, de uma idosa que tinha a casa numa zona de fogo em Almeidinha, Mangualde. E também a morte de três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, em Tábua, que sofreram um acidente quando se deslocavam para um incêndio.

São já mais de 250 os bombeiros que perderam a vida, em serviço, nas últimas décadas.

Há também registo de dezenas de feridos, alguns em estado grave, mas o número oficial está ainda a ser apurado, de acordo com o ponto de situação feito, na noite desta terça-feira, pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

Os incêndios afetaram, esta terça-feira, 25 concelhos, registando-se já mais de 60 deslocados. Só em Albergaria-a-Velha, onde o fogo chegou a todas as freguesias, arderam pelo menos 40 casas.

ao início da madrugada, havia mais 50 pessoas a serem retiradas da freguesia de Ossela, em Oliveira de Azeméis.

Os incêndios mais preocupantes

Ao final da noite, as situações mais preocupantes eram em Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis.

Mas também Nelas, Castro Daire, Gondomar, Tábua, Penalva do Castelo Mirandela, Covilhã, Paredes e Vila Pouca de Aguiar obrigavam a grande atenção.

Estradas cortadas (e o atraso na A25)

Mantinham-se os cortes, ao final da noite, em várias autoestradas e estradas nacionais, nomeadamente na A11, A24, A25, A41, e A43 e na EN2, EN16, EN101, EN103, EN207, EN210, EN221, EN222, EN228, EN231, EN333 e EN342.

Para não repetir o que já poderia ter corrido muito mal. No dia anterior,a A25, uma autoestrada que foi atingida pelas chamas, só foi encerrada quase uma hora após o primeiro alerta.

Mão criminosa nos fogos

O dia ficou marcado por inúmeras detenções de suspeitos que terão ateado fogos.

O combate à mão criminosa nos fogos foi, de resto, uma das grandes promessas do Governo saída da reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que foi presidida pelo Presidente da República.

De resto, o primeiro-ministro decidiu cancelar toda a agenda até sexta-feira e adiar o congresso do PSD, que deveria acontecer no próximo fim de semana

Marcelo Rebelo de Sousa, por sua vez, recusou cair na “tentação” do discurso facilitista e lembrou que o combate às chamas ainda pode ser muito duro nos próximos dias

Mais reforços internacionais

Mas, para esse, combate, Portugal vai contar, esta quarta-feira, com mais reforços internacionais. São 230 elementos da Unidade Militar de Emergências, vindos de Espanha, e mais dois aviões Canadair, vindos de Marrocos.

Ao longo do dia, o combate às chamas tinha já sido reforçado por mais quatro aeronaves, vindas de França e Itália (e que se juntaram aos dois aviões espanhóis que já cá estavam). Já os meios que haveriam de vir da Grécia podem não chegar, uma vez que o envio foi dificultado por uma situação de meteorologia adversa

O comandante Luís Santos, piloto de Canadair e presidente da direção Aeroclube de Portugal, diz, contudo, que, "neste tipo de incêndios, os meios aéreos não apagam fogos”.

O dia com maior número de fogos

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa já os 62 mil hectares.

Algo que não estranha depois de segunda-feira ter sido o dia com maior número de fogos, este ano. Foram, ao todo, 277.