O Presidente da República afirmou esta quarta-feira que o Governo está em contrarrelógio desde que iniciou funções há oito meses, com o primeiro-ministro a procurar estar em todo o lado, numa conjuntura internacional difícil que exige cooperação estratégica.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na tradicional cerimónia de apresentação de cumprimentos de boas festas por parte do Governo, na Sala dos Embaixadores, no Palácio de Belém, em Lisboa, a primeira com Luís Montenegro no cargo de primeiro-ministro.

"Foram oito meses de corrida em contrarrelógio por parte deste Governo. Sabe que um dia perdido pode ser irrecuperável", declarou o chefe de Estado, depois de Luís Montenegro lhe ter falado em solidariedade estratégica, cooperação produtiva e forte relação institucional e pessoal.

De acordo com o Presidente da República, o primeiro-ministro, nestes meses, tem procurado "estar em toda a parte ao mesmo tempo", algo que considerou invulgar para quem tem funções executivas.

Depois, deixou um recado ao Governo PSD/CDS, partindo da atual conjuntura mundial, que caracterizou como extremamente complexa: "Solidariedade institucional é importante, mas não é suficiente. Tem de haver no presente cooperação estratégica".

Montenegro destaca "solidariedade estratégica e cooperação produtiva" com Presidente Marcelo

O primeiro-ministro definiu esta quarta-feira a relação com o Presidente da República como de "solidariedade estratégica e cooperação produtiva", e considerou que as conversas com Marcelo Rebelo de Sousa "têm sido imprescindíveis" na atividade do Governo.

Na primeira sessão de cumprimentos natalícios desde que tomou posse como primeiro-ministro, em 2 de abril, o chefe do Governo disse que "tem sido um privilégio interagir com a Presidência da República e, em especial, com o senhor Presidente da República".

"As conversas que temos mantido, os encontros que temos realizado, as reflexões que temos trocado têm sido imprescindíveis", considerou.

FILIPE AMORIM

O primeiro-ministro sintetizou em dois eixos a relação entre São Bento e Belém: "Uma solidariedade estratégica e uma cooperação produtiva".

"Temos estado juntos a pensar e a realizar análises prospetivas para o país e na procura de resultados", considerou.