Terroristas pertencentes ao Estado Islâmico na África Ocidental (ISWA) mataram, pelo menos, 50 agricultores e um número desconhecido foi raptado num ataque no estado de Borno, no nordeste da Nigéria.

O ataque aconteceu na aldeia de Malam Karanti, que se situa numa zona controlada pelo ISWAP e cujos habitantes eram protegidos por um comandante do grupo terrorista em troca do pagamento de um imposto, segundo a edição online do jornal nigeriano Daily Trust.

A ausência deste comandante foi o momento escolhido pelos terroristas para levar a cabo o massacre, sob o pretexto de que os agricultores e alguns pescadores estavam a espiar e a aliar-se a inimigos.

Sobrevivente relate momento em que terroristas cercaram a aldeia

Um dos sobreviventes, não identificado pelo diário nigeriano, disse que os terroristas cercaram e ameaçaram matar qualquer pessoa que tentasse fugir. "Juntaram-nos num só lugar e ameaçaram matar quem tentasse fugir, mas alguns de nós preferiram fugir a morrer ali miseravelmente", afirmou.

"Mataram mais de 50 pessoas, a maioria das quais foi chacinada. Também raptaram algumas. Hoje estavam em Dawashi [localidade próxima de Malan Karanti] a fazer a mesma matança, mas não há informações sobre o número de pessoas afetadas", acrescentou.

Nem as agências de segurança nem o governo comentaram o incidente, segundo o Daily Trust.

ISWA intensifica ataques no norte da Nigéria

O ISWA, uma ramificação muito violenta da organização jihadista Boko Haram, intensificou o ritmo dos seus ataques no norte do país desde o início do ano.

A 4 de janeiro, os terroristas mataram seis soldados numa operação que as autoridades militares nigerianas descreveram como um ataque falhado às suas tropas em Sabon Gari, também no estado de Borno.

O massacre em Malam Karanti ocorreu apenas cinco meses depois de membros do Boko Haram e do ISWA terem assassinado, pelo menos, 40 pessoas, também no estado de Borno.