Em declarações à Lusa, Margarida Balseiro Lopes faz um balanço positivo do impacto dos primeiros seis meses de execução da isenção de IMT, do Imposto do Selo e dos emolumentos na compra da primeira casa por jovens até aos 35 anos -- que se assinalam hoje --, acentuando que estas medidas são uma forma de se "removerem obstáculos" que privam os jovens de aceder a uma casa própria.
O impacto da medida, precisa, está refletido nos números que indicam que até ao final do ano passado mais de 16 mil jovens compraram casa beneficiando de isenção de IMT, de Imposto do Selo e do pagamento de emolumentos.
"Pelo menos até 31 de dezembro [...] houve mais de 16 mil jovens que se emanciparam, compraram casa, saíram de casa dos pais, muitos deles começaram a viver juntos e não conseguiam", precisa a ministra da Juventude e Modernização, notado que a esta medida se juntou, no início deste ano, à garantia pública do crédito à habitação -- que permite aos jovens obter 100% do valor da avaliação da casa.
"[Estes jovens] até podiam ter salários que lhes permitiam, no caso da garantia, ter acesso a um crédito, só que não tinham de parte 30, 40, 50 mil euros para darem a entrada", refere Margarida Balseiro Lopes, precisando que nas primeiras semanas deste ano "houve quase três mil pedidos" para crédito com garantia pública.
Margarida Balseiro Lopes refere também que são necessárias mais medidas e que é preciso reforçar a oferta de habitação.
"Precisamos de mais medidas e precisamos de reforçar muito a oferta", afirmou a governante, sustentando que é preciso "construir mais, seja construção pública, seja também de simplificar procedimentos e de facilitar a vida de quem de facto quer colocar mais casas no mercado, porque nós precisamos que a classe média, em particular classe média, os jovens, que neste momento têm sentido muitas dificuldades no acesso à habitação, consigam [aceder a habitação]".
Neste contexto, apontou as mudanças na lei dos solos e a subida das 26 mil inicialmente previstas no PRR para se chegar à construção de 59 mil habitações, mais de metade das quais com financiamento através do Orçamento do Estado.
Recusando que se pode fazer uma ligação entre as medidas que visam apoiar os jovens no acesso à habitação e a subida do preço das casas, Margarida Balseiro Lopes salienta ser "uma realidade" que os preços "têm aumentado ao longo dos últimos anos" e que a resposta a esta evolução é não ficar de "braços cruzados", mas "reforçar a oferta".
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