
"Não achamos que tenhamos a orientação correta na superfície da Lua", frisou Steve Altemus, CEO da empresa do Texas, durante uma conferência de imprensa conjunta com a NASA, para a qual a sonda levava instrumentos.
O anúncio parece um 'déjà vu', pois no início de 2024 a Intuitive Machines já tinha conseguido aterrar uma nave na Lua, tornando-se a primeira empresa privada a conseguir tal feito, mas a sua sonda ficou inclinada e danificada após uma descida acidentada.
Na quinta-feira, a descida, que durou uma hora, pareceu correr bem, mas demorou algum tempo até que o Controlo da Missão confirmasse a aterragem.
Alguns minutos depois, Crain repetiu: "Parece que estamos no chão. Estamos a trabalhar para avaliar exatamente qual é a nossa orientação na superfície".
Em reação, as ações da Intuitive Machines caíram 20% nos mercados.
O facto de o dispositivo poder estar inclinado pode levar, entre outras coisas, a uma produção de energia inferior à esperada, alertou Altemus.
Isto teria o efeito de limitar as experiências e demonstrações que a empresa e a NASA pretendiam realizar.
No ano passado, a Intuitive Machines colocou os EUA de novo na Lua, apesar de o seu módulo de aterragem ter tombado de lado.
No fim de semana passado, juntou-se-lhe o 'lander' de outra empresa do Texas.
A Firefly Aerospace tornou-se, no domingo, a primeira a alcançar o sucesso total com o seu módulo de aterragem lunar Blue Ghost, no extremo nordeste do lado mais próximo da Lua.
Um vácuo já recolheu a sujidade lunar para análise e um escudo anti-pó sacudiu as partículas abrasivas.
Desta vez, a Intuitive Machines tinha como alvo um planalto montanhoso a apenas 160 quilómetros do Pólo Sul da Lua, muito mais perto do que anteriormente.
As aterragens lunares desta semana fazem parte do programa de entrega lunar comercial da NASA, destinado a levar as experiências da agência espacial para a superfície cinzenta e poeirenta e a impulsionar o negócio.
As aterragens comerciais são também vistas como batedores para os astronautas que se seguirão no final desta década ao abrigo do programa Artemis da NASA, o sucessor do Apollo.
A NASA gastou dezenas de milhões de dólares no berbequim de gelo e em dois outros instrumentos que iam a bordo do Athena, e pagou mais 62 milhões de dólares pelo transporte.
A maior parte das experiências foram feitas por empresas privadas, incluindo os dois 'rovers'.
Para reduzir ainda mais os custos, a Intuitive Machines partilhou o lançamento do seu foguetão SpaceX com três naves espaciais que seguiram caminhos separados.
Duas delas, a Lunar Trailblazer da NASA e a Odin, da AstroForge, que persegue asteroides, estão em perigo.
A NASA disse esta semana que a Lunar Trailblazer está a girar sem contacto de rádio e não alcançará a órbita pretendida à volta da lua para observações científicas. A Odin também está silenciosa, sendo improvável o seu planeado sobrevoo de asteróides.
Esta nova alunagem da Lua acontece numa altura em que as incertezas em torno do programa Artemis continuam a crescer devido ao ceticismo expresso pelo Presidente Donald Trump sobre a utilidade de regressar à Lua antes de ir para Marte.
O republicano repetiu na terça-feira à noite no Congresso o seu desejo de 'espetar' a bandeira norte-americana no planeta vermelho.
DMC (TAB) // RBF
Lusa/Fim