
“As coisas não estão a acontecer por haver eleições. As coisas estão a acontecer porque o processo começou em junho do ano passado. Não foi acelerado agora. Não foi acelerado mesmo”. A garantia de Luís Montenegro é dada enquanto, no café Lisboa, faz uma pausa no contacto com a população, ao lado de Hernâni Dias, o cabeça de lista por Bragança.
Questionado sobre o anúncio que o Governo resolveu fazer na véspera do arranque oficial de campanha, sobre o início do processo de deportação de imigrantes em situação ilegal, o candidato que veio visitar a Feira das Cantarinhas, responde que “o processo não pode parar” devido às legislativas antecipadas de 18 de maio.
E às críticas do PS, de que se está a assistir a uma ‘trumpização’ do candidato da AD, Montenegro preferiu não comentar, mas acusou as oposições de estarem “muito focadas" só em dizer mal do Governo. Eu já fui da oposição, eu às vezes dizia bem do Governo, eu também reconhecia as coisas que o Governo fazia bem. E eu acho que os eleitores gostam disso, gostam de alguém que está na oposição e mesmo assim reconhece que é preciso trabalhar no mesmo sentido”, respondeu.
AD acredita que vai reforçar votação em Bragança
Nem maioria absoluta, nem maioria reforçada, Luís Montenegro escolheu a expressão “maioria maior” para pedir mais votos para a AD a 18 de Maio. Em Bragança, no arranque da campanha oficial para as legislativas, distribuiu flores ao lado do cabeça de lista, Hernâni Dias. Uma escolha que foi polémica, já que foi o ex-autarca que teve de sair do Governo por causa de uma imprudência (criou empresas enquanto era secretário de Estado da Administração Local, que podiam beneficiar de alterações à chamada lei dos solos), mas que não faz temer a Aliança Democrática. Embora sublinhe que nada está ganho até ao dia das eleições e à contagem dos votos, o PSD acredita que vai reforçar a votação no distrito daqui a 15 dias. “Se acho que vamos reforçar? Acho”, diz ao Expresso Hernâni Dias. É a mesma convicção que demonstra a estrutura de campanha da AD e Luís Montenegro, que rejeita a ideia de que tenha sido a demissão do ex-secretário de Estado a estar na origem da crise política; prevê também ele vencer em Bragança com folga: “Eu vou-vos dizer uma coisa, eu tenho a certeza absoluta que nós vamos ganhar com muita margem as eleições de Bragança”
Na Feira das Cantarinhas, o presidente do PSD terminou o contacto com a população subindo à varanda da sede local do partido, para um breve discurso aos apoiantes, renovando apelos a que ninguém deixe de votar no dia 18 de maio e, recuperando a mensagem de que a AD não vai deixar ninguém para trás e, no dia das Mães, deixou uma palavra especial:
“Estamos aqui para garantir que não vão ficar sozinhos. Viva Bragança, viva Bragança, viva as mães de Portugal, e em particular as mães de Bragança". Uma frase que remete para o caso que em 2003 levou um movimento de mulheres, denominado “mães de Bragança que visou expulsar prostitutas brasileiras da cidade.