O bombeiro da corporação de Odemira que se encontrava no Hospital de São José, em Lisboa, morreu hoje na sequência dos ferimentos provocados pelo despiste de um veículo de combate a incêndios, na quarta-feira, disse fonte da corporação.

"Confirmo que faleceu o bombeiro que se encontrava no Hospital de São José, em Lisboa. Recebemos a notícia no princípio desta manhã e julgamos que deve ter falecido no final da madrugada, ainda não sabemos mais pormenores", disse à agência Lusa o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Odemira, no distrito de Beja, António Camilo.

Também contactado pela Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Odemira, Luís Oliveira, confirmou a morte do bombeiro de 38 anos, que se encontrava internado com prognóstico reservado.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou entretanto "profunda consternação" pela morte, enviando condolências à família e à sua corporação.

"Recebi com profunda consternação a notícia da morte do bombeiro Dinis Conceição, que se encontrava ao serviço na Associação dos Bombeiros Voluntários de Odemira. Deixo as minhas condolências e solidariedade à família e a toda a corporação", escreveu Luís Montenegro. A mensagem foi publicada na conta do chefe do Governo na rede social X.

O bombeiro, residente na freguesia de São Luís, fazia parte da corporação de Odemira "há cerca de 20 anos" e integrava uma das Equipas de Intervenção Permanente (EIP) de Odemira.

Na quarta-feira, a EIP, composta por cinco elementos, foi chamada a intervir "numa queimada autorizada" em Saboia, no interior do concelho de Odemira, que "se descontrolou", explicou o presidente da associação humanitária.

"Tinham feito [o trabalho] e regressavam a casa" quando o veículo de combate a incêndios se despistou provocando ferimentos aos cinco bombeiros.

Deste acidente resultaram outros três feridos graves, um dos quais foi transportado para o Hospital de Santa Maria, também em Lisboa, enquanto os outros dois foram levados para o Hospital de Portimão.

Questionado pela Lusa, António Camilo precisou que o bombeiro que se encontra no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com "um hematoma na cabeça", continua a inspirar cuidados, apesar de, na quinta-feira se encontrar "relativamente melhor".

Um dos bombeiros transportado para o Hospital de Portimão "foi operado ontem [quinta-feira] à tarde a uma fratura ao fémur" e o outro bombeiro, "com fraturas nos ossos da face", foi transportado para o Hospital de Faro, onde efetuou exames e acabou por ter alta "ao final da tarde" de quinta-feira.

Já o bombeiro que tinha sido transferido para o Hospital de Beja, com "um hematoma na cabeça e um corte profundo no couro cabeludo", também "veio ontem [quinta-feira] ao final da tarde para casa", acrescentou.

Num comunicado publicado hoje nas redes sociais, a Liga dos Bombeiros Portugueses já lamentou a morte do bombeiro de 38 anos da corporação de Odemira.

"Não obstante os cuidados médicos a que foi sujeito acabou por falecer hoje vítima da gravidade dos ferimentos. Os restantes quatro bombeiros vítimas do acidente com um VFCI, ocorrido no dia 01 de janeiro, permanecem, um no hospital de Santa Maria, em Lisboa, dois no hospital de Portimão e o restante a convalescer em casa", lê-se na publicação.

Para o acidente foram mobilizados 39 operacionais apoiados por 16 veículos e um helicóptero, de diversas corporações de bombeiros, da GNR e do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Também a estrutura do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Litoral esteve no local.