O Bispo da Diocese do Funchal, D. Nuno Brás, reflectiu, durante a Missa de Ordenação Diaconal do Pe. Marcos Rebelo e Presbiteral do Pe. Tiago Andrade, este sábado, 26 de Abril, sobre a missão que se inicia para os novos sacerdotes e diácono, inspirada na experiência dos apóstolos Pedro e João, conforme o Evangelho.

"Nós não podemos calar o que vimos e ouvimos", começou por dizer D. Nuno Brás, lembrando que o anúncio apostólico "é o anúncio de um acontecimento objectivo e histórico".

D. Nuno Brás recordou as palavras do Papa Francisco, que, citando Bento XVI, dizia que "no início do ser cristão, não está uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”.

O prelado aproveitou a ocasião para lançar uma crítica aos "'Sinédrios contemporâneos’", que continuam a olhar para os cristãos com desdém quando falam da morte e ressurreição de Jesus, afirmou D. Nuno Brás, lembrando que, apesar das dificuldades e da resistência, os cristãos não podem silenciar o anúncio da Páscoa e da Ressurreição.

D. Nuno Brás voltou ainda a recordar as palavras do Papa Francisco: "Discernir a vontade de Deus significa aprender a interpretar a realidade com os olhos do Senhor, sem necessidade de fugir daquilo que acontece ao nosso povo na situação real onde vive e sem aquela ansiedade que induz a procurar uma saída rápida e tranquilizante guiada pela ideologia do momento ou por uma resposta pré-fabricada, ambas incapazes de se ocuparem dos momentos mais difíceis e até obscuros da nossa história.”

O bispo apelou aos novos diácono e presbítero que, como Pedro e João, devem ter coragem para proclamar a ressurreição, mesmo quando a sociedade ou as circunstâncias tentem abafá-la.

O Bispo da Diocese do Funchal concluiu a homilia com uma exortação: "Que o Espírito Santo possa ser o verdadeiro protagonista de toda a vossa vida e do vosso ministério. Que Ele vos dê sempre a coragem de dizer: 'Nós não podemos calar o que vimos e ouvimos'."