Um balanço inicial, feito por Javed Ullah Mehsud, um dirigente local, dava conta de pelo menos 32 mortos e 13 feridos, após duas caravanas que transportavam xiitas terem sido atacadas em Kourram.

Ninguém reivindicou até ao momento o ataque, que ocorreu uma semana após as autoridades terem reaberto uma importante autoestrada da província de Khyber Pakhtunkhwa, depois de semanas de encerramento na sequência de confrontos mortíferos.

Azmat Ali, um oficial da polícia local, avançou que vários veículos com passageiros viajavam em caravana da cidade de Parachinar para Peshawar, a capital de Khyber Pakhtunkhwa, quando homens armados abriram fogo.

O responsável admitiu que o número de vítimas mortais poderá aumentar, uma vez que pelo menos 10 passageiros estavam em estado crítico num hospital.

Aftab Alam, um ministro provincial, confirmou que 42 pessoas foram mortas e garantiu que as autoridades já estão a investigar para determinar a autoria do ataque.

O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, classificou o tiroteio como um "ataque terrorista".

O primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, e o Presidente, Asif Ali Zardari, condenaram o ataque, e Sharif prometeu que os responsáveis pelo assassínio de civis inocentes não ficarão impunes.

Os muçulmanos xiitas representam cerca de 15% dos 240 milhões de habitantes do Paquistão, de maioria sunita, que tem um historial de animosidade sectária entre as duas comunidades.

Embora convivam pacificamente no país, há décadas que existem tensões nalgumas zonas, especialmente em zonas do Kurram, onde os xiitas dominam.

Em julho, cerca de 50 pessoas de ambos os grupos morreram.

Baqir Haideri, um líder xiita local, acusou as autoridades locais de não terem proporcionado segurança adequada à caravana de mais de 100 veículos, apesar de militantes terem recentemente ameaçado atacar os xiitas em Kurram.

Os comerciantes da cidade de Parachinar anunciaram uma greve para hoje, em protesto contra o ataque.

Além dos problemas em Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste, o Paquistão também está atualmente a levar a cabo operações militares na província do Baluchistão (sudoeste), onde a violência tem sido atribuída aos talibãs paquistaneses e aos separatistas do Exército de Libertação do Baluchistão.

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Lusa/fim