
Pode parecer claustrofóbico e impraticável aos olhos de hoje, mas as camas-armários foram um verdadeiro sucesso durante a Idade Média na Europa. O móvel em que guardamos as roupas servia para uma pessoa - ou uma família inteira - ter uma noite de sono.
Também conhecida como “cama fechada”, esta caixa de madeira era utilizada tanto pelos pobres como pelos ricos. Algumas tinham pés, para evitar a humidade do solo. As mais sofisticadas tinham porta, outras apenas uma cortina.
O tamanho, a decoração e outros pormenores variavam, mas o conceito era o mesmo e as vantagens também, recorda a BBC.
Combatia o frio e poupava espaço
Uma das vantagens consistia em ser um espaço protegido e quente, mais acolhedor do que uma simples cama para enfrentar os invernos da época, com temperaturas consideravelmente mais frias do que as habituais. A possibilidade de poupar espaço também era uma mais-valia deste móvel peculiar.
Num caso de 1890, uma família que morava nos planaltos escoceses era demasiado grande para a sua casa. Assim, alguns familiares dormiam numa cama-armário no celeiro, entre os cães e os cavalos, segundo a organização histórica Wick Society, citada pela BBC.
Na altura, partilhar uma cama fechada com familiares ou mesmo colegas de trabalho era algo comum. Também era habitual o uso das camas-armários para abrigar trabalhadores migrantes em certas regiões.
As camas-armários foram utilizadas por muitas famílias durante séculos, da Idade Média ao início do século XX, até cair em desuso. Alguns exemplares foram preservados e podem ser encontrados em museus espalhados pela Europa.
Outras curiosidades sobre o sono na Idade Média
Também na Idade Média, existiam outros hábitos peculiares relacionados ao sono. Por exemplo, o das pessoas dormirem em dois períodos durante a noite.
“Ambas as fases do sono duravam aproximadamente o mesmo período de tempo, com os indivíduos a acordar em algum momento após a meia-noite antes de retomar o descanso”, conta o historiador Roger Ekirch, no livro At Day's Close: Night in Times Past.
Acredita-se também que os europeus tinham o costume de dormir numa posição recostada, como é retratado em várias obras de arte.