O preço do ouro atingiu hoje novos máximos históricos e superou 3.150 por onça e já se valorizou mais de 19% desde o início de janeiro, o melhor início de ano desde 1974, há 51 anos.

De acordo com dados da Bloomberg, o ouro, um dos ativos considerados seguro em tempos de incerteza, não registava uma subida tão forte no primeiro trimestre do ano desde 1974, quando registou uma valorização de 57,81%.

Da mesma forma, o metal amarelo, com estes ganhos de mais de 19%, registou o melhor trimestre desde o terceiro trimestre de 1986, quando ganhou 22,49%.

As tensões tarifárias e geopolíticas e as dúvidas sobre a situação económica mundial, bem como as compras dos bancos centrais, estão a fazer subir o preço do ouro, que tem estado em máximos sucessivos desde 2024.

Hoje de manhã, o ouro atingiu dois novos máximos: o primeiro às 04:11 GMT (mesma hora em Lisboa), de 3.147,97 dólares, e o segundo pouco depois, às 05:37, de 3.149 dólares.

Às 12:40 em Lisboa, o metal amarelo estava longe do recorde, a ser negociado a 3.131,79 dólares, depois de ter terminado a 3.131.79 dólares na segunda-feira.

Nas últimas sessões, o ouro tem continuado a acumular níveis desconhecidos, numa altura de incerteza sobre o enfraquecimento da economia e um possível aumento da inflação, face à nova política tarifária dos Estados Unidos.

Na quarta-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, deverá anunciar a intenção de aumentar as tarifas recíprocas sobre vários produtos e países, o que poderá desencadear uma guerra comercial global.

Especialistas da eToro citados pela Efe acreditam que o ouro está a consolidar a sua posição como a alternativa preferida num ambiente volátil, e está a emergir como um ativo estratégico para contrariar a incerteza política e económica.

Da mesma forma, analistas da Portocolom AV também citados pela Efe asseguram que o receio de uma possível recessão nos EUA e um "agravamento das relações internacionais devido à guerra tarifária provocada por Trump continuam a favorecer o ouro como ativo de refúgio".