
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que o país tem uma só política de defesa, não muda ao sabor dos acontecimentos e é fiel aos seus compromissos.
"Temos uma só política externa e uma só política de defesa. Não mudamos ao sabor dos acontecimentos. Nós ficamos fiéis àquilo que são os nossos compromissos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa nas cerimónias comemorativas do 107.º aniversário da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente, na Batalha, no distrito de Leiria.
Antes referiu que os militares portugueses são "os melhores dos melhores", lembrando os cenários onde têm estado e onde os visitou, realçando o Afeganistão, onde foram "dos últimos a sair" na defesa do aeroporto da capital do país.
"Lá estive, no final de 2019, e dizia-me um oficial americano: 'é espantoso como muitos outros negociaram e partiram e Portugal aqui fica a garantir a segurança do aeroporto de Cabul'", afirmou o chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas.
A este propósito frisou: "[São] os melhores dos melhores quando outros nos chamam e depois partem ou quando dizem que ficam, mas não ficam".
"[Os militares nacionais são] melhores dos melhores quando outros, de vez em quando, parece que têm a tentação de mudar de aliados. Nós não mudamos de aliados, nós não mudamos de parcerias, nós não mudamos de fraternidades. Foi assim sempre, será assim sempre, a política de Portugal é a mesma, mude o Presidente, mude o Governo, mude o parlamento", frisou.
Depois, o chefe de Estado reiterou que "só há pátrias fortes se as Forças Armadas forem fortes", recordando as palavras do ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, que considerou ser preciso honrar os combatentes do passado que "tanto tempo esperaram por um estatuto feito lei".
"Recordo a odisseia que foi fazer nascer essa lei e depois aplicar a lei e depois alargar o âmbito da aplicação da lei. E saúdo os passos já dados, mas que merecem mais passos a pensar nos antigos combatentes", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, frisando que se se quer "uma pátria ainda mais forte", há que ter "Forças Armadas ainda mais fortes".
Tal passa por "mais militares, melhores militares, melhor condição para os militares, melhor condição para aqueles que o foram ou que deixarão de o ser no futuro, no termo de uma carreira em que tudo empenham pela Pátria, a própria vida, [e] em todos os domínios em que a Pátria os não pode esquecer", observou.
"Também mais capacidades, aquelas que forem necessárias em cada momento, mas a maior capacidade são as mulheres e os homens que servem as Forças Armadas", adiantou, insistindo que "os passos que têm sido dados e que foram dados são importantes, mas é preciso mais, muito mais".
Salientando a necessidade de a Europa ser forte, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que é também preciso continuar a ter um Portugal forte, "ao serviço da integridade do território, da unidade do território, da independência nacional" e da soberania do país.
"Mas também dos mesmos valores dos nossos aliados, mas também da liberdade, da democracia, do Estado de Direito Democrático", realçou, acrescentando: "Nós sabemos quais são os valores pelos quais nos batemos, vós vos bateis. Mas para que seja possível que haja uma Europa forte e um Portugal cada vez mais forte, é preciso que haja Forças Armadas cada vez mais fortes".
"Esse é o apelo deste dia aqui, com os combatentes do passado, do presente e do futuro, com os combatentes de sempre", acrescentou, nas cerimónias comemorativas do Dia do Combatente, a última vez como chefe de Estado.