
O Demokraatit, partido da oposição na Gronelândia, venceu as eleições. O partido de centro-direita, que defende uma avanço gradual para a independência, obteve quase 30% dos votos e conseguiu bater a coligação de esquerda que está no poder.
Em segundo lugar ficou o partido Naleraq, que obteve cerca de 25% dos votos.
As eleições desta terça-feira ficaram marcadas pela elevada participação. Por esse motivo, as urnas estiveram abertas mais uma hora do que o previsto.
A Gronelândia, um território com pouco menos de 57.000 habitantes, depende fortemente da ajuda financeira da Dinamarca, que fornece 40% do seu rendimento anual, e da pesca, que representa 90% das suas exportações.
Gronelândia no centro das atenções por causa de Donald Trump
O interesse de Trump pela Gronelândia, reafirmado logo após o seu regresso à Casa Branca em janeiro, faz parte do seu projeto de política externa denominado "America First" ("A América Primeiro"), que inclui exigências para que a Ucrânia entregue os direitos dos seus minerais em troca de ajuda militar, ameaças de assumir o controlo do Canal do Panamá e sugestões de que o Canadá deve tornar-se o 51º estado dos EUA.
O aumento das tensões internacionais, o aquecimento global e as mudanças na economia mundial colocaram a Gronelândia no centro do debate sobre o comércio e a segurança globais, e Trump quer garantir que os EUA controlam este país rico em minerais.
Mais concretamente, as alterações climáticas estão a afinar o gelo do Ártico, prometendo criar uma passagem noroeste para o comércio internacional e reacendendo a competição com a Rússia, a China e outros países pelo acesso aos recursos minerais da região.
Além disso, porque a Gronelândia fica na costa nordeste do Canadá, com mais de dois terços do seu território dentro do Círculo Polar Ártico, é crucial para a defesa da América do Norte desde a II Guerra Mundial.
Na altura, os EUA ocuparam a Gronelândia para garantir que esta não caía nas mãos da Alemanha nazi e para proteger as cruciais rotas de navegação do Atlântico Norte.
As bases mantidas pelos EUA na Gronelândia foram ali colocadas durante a II Guerra e servem hoje para apoiar operações de alerta de mísseis, defesa de mísseis e vigilância espacial tanto dos EUA como da NATO.