"Dois jovens apoiantes de Venâncio Mondlane foram brutalmente assassinados na noite do último sábado na Massinga, província de Inhambane, quando se faziam transportar dentro da sua viatura", lê-se na página oficial do Facebook da ONG que acompanha o processo eleitoral em Moçambique.

O assessor político de Mondlane, Dinis Tivane, também denunciou o suposto homicídio na sua página do Facebook.

"Dois quadros do Movimento de Venâncio Mondlane foram, brutalmente, assassinados pelos esquadrões da morte, ontem", escreveu Tivane.

Imagens que circulam nas redes sociais desde a manhã de hoje mostram uma carrinha azul, com os bancos ensanguentados, vidros partidos e sinais de disparos, onde terão sido assassinados os dois jovens.

Segundo a Plataforma Decide, o distrito de Massinga tem sido um dos "principais palcos" de protestos desde 15 de janeiro, com "bloqueios recorrentes" de vias públicas.

A ONG contabiliza, agora, 13 casos de alegados assassínios de apoiantes do político moçambicano, que tem liderado manifestações pós-eleitorais desde outubro.

A Lusa contactou a Polícia da República de Moçambique (PRM) para esclarecimentos, mas não obteve resposta.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.