Yoon foi acusado de rebelião por ter tentado impor a lei marcial no início de dezembro, revogada seis horas depois pelo parlamento, que aprovou a sua destituição em 14 de dezembro.

A crise política que desde então assola o país registou um novo episódio na sexta-feira, quando a polícia foi impedida pelos seguranças de Yoon de capturar o antigo presidente.

A polícia não conseguiu executar o mandado na sexta-feira, mas o documento é válido até 06 de janeiro, pelo que poderão tentar novamente no domingo ou na segunda-feira, segundo a agência noticiosa oficial citada pela agência de noticias Europa Press.

Entretanto, o Gabinete de Investigação de Crimes de Altos Funcionários Públicos (KOFIC), que está a investigar o caso, voltou a pedir ao Presidente em exercício e Ministro das Finanças, Choi Sang Mok, que ordenasse ao Serviço de Segurança Presidencial que cooperasse no mandado de captura do antigo Presidente Yoon.

O chefe da segurança presidencial terá recusado a testemunhar perante a polícia, alegando não poder "abandonar o seu posto" em frente da residência presidencial "nem por um momento", avança a agência noticiosa Yonhap.

Entretanto, milhares de pessoas saíram hoje às ruas da capital, Seul: uns exigindo a sua prisão e outros apelando à anulação da destituição pela Assembleia Nacional.

Se Yoon tivesse sido levado pelos investigadores, seria a primeira detenção de um chefe de Estado em exercício na história da Coreia do Sul.

O antigo procurador de 64 anos continua a ser oficialmente Presidente da República até que o Tribunal Constitucional confirme ou anule a destituição.

Suspenso de funções e confinado ao domicílio, Yoon é acusado de ter abalado a jovem democracia sul-coreana na noite de 03 para 04 de dezembro, ao proclamar de surpresa a lei marcial, um golpe de força que reavivou as memórias dolorosas da ditadura militar.

Num parlamento rodeado de soldados, um número suficiente de deputados conseguiu reunir-se para votar uma moção que exigia o levantamento do estado de emergência.

Pressionado pela Assembleia Nacional, por milhares de manifestantes e limitado pela Constituição, Yoon viu-se obrigado a revogar a lei marcial poucas horas depois de a ter declarado.

Yoon é alvo de várias investigações, incluindo uma por rebelião, um crime teoricamente punível com a morte.

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