
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje, em Fátima, que o novo Papa não irá dar um passo atrás, depois do pontificado de Francisco.
"Penso que não há volta atrás a dar. É evidente que cada Papa que chegue, como qualquer pessoa, dá sempre um cunho próprio. O que o Papa Francisco fez foi admirável e vai-nos ficar na memória. Criou uma cultura nova dentro da Igreja. Agora, outros vão acentuar determinados parâmetros", afirmou José Ornelas, no final da 211.ª Assembleia Plenária da CEP.
Para o presidente da CEP, o caminho que a Igreja fez nos últimos "três, quase quatro anos", empenharam as bases da Igreja, em cada paróquia, pelo mundo inteiro.
"Se é verdade que houve reações também críticas, a maioria das pessoas participaram ativamente, com gosto e com esperança. Não seria fácil aceitar a milhares, dezenas, centenas de milhares e de milhões de pessoas dizer para voltar para trás. É este sentido que me dá confiança", reforçou.
Admitindo que "há gente que tem esperança de voltar atrás", o também bispo da Diocese de Leiria-Fátima frisou que "não é caminho que a Igreja hoje vai aceitar".
Sobre o futuro Papa, cujo conclave para a sua eleição se inicia na quarta-feira, José Ornelas adiantou que esteve no último sínodo com vários cardeais que participam na eleição.
"Não acho que haja um perfil só de uma pessoa. O que há são temáticas que se discutem, pelo menos daqueles que participaram do sínodo, e não tenho dúvida de que o percurso seria esse [avanço] de quem venha", apontou.
Assinalando-se hoje o 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, a CEP aproveitou a data para desejar que "todos tenham um trabalho digno e possam usufruir de um salário justo e equitativo, com particular atenção aos mais jovens na construção do seu futuro".