Em entrevista por escrito ao jornal O Democrata, Turé afirmou ser, neste momento, "a pessoa mais procurada" pelas autoridades guineenses na sequência das suas declarações de que "todos os doentes em tratamento de hemodiálise no Simão Mendes, principal hospital do país, "morreram".

"O objetivo do regime é claro, prender e levar-me ao Ministério do Interior para ser submetido às sessões de torturas", disse o ativista dos Direitos Humanos em relação às alegadas operações da polícia para o prender.

O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e o ministro do Interior, Botche Candé, desmentiram que esteja em curso qualquer operação para prender Bubacar Turé, atualmente num lugar desconhecido, desde sábado passado.

A Liga acusa as autoridades de terem invadido a residência de Turé, tendo efetuado revistas, sem mandado judicial, e ainda de terem colocado agentes armados à procura do presidente da organização.

"Parem de procurar-me como um criminoso perigoso a monte, processem-me no Ministério Público ou na Polícia Judiciária, irei responder imediatamente. Notifiquem os meus advogados e entreguem o mandado de detenção à PJ", disse Turé.

O Ministério Público notificou o ativista para que comparecesse na última quinta-feira, 17, mas a Liga solicitou que a audiência fosse protelada para uma nova data para permitir que Turé pudesse chegar a Bissau de forma segura.

Umaro Sissoco Embaló considera que Bubacar Turé "se está a esconder", mas, disse, "terá de enfrentar a justiça para provar as suas declarações" que afirma serem falsas.

 "A minha fuga não é à justiça, é uma fuga legítima à tortura e espancamentos", assegurou Turé.

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