Durante a era soviética decorreu um concurso com o mesmo nome entre os países aliados da URSS, tendo depois da queda do bloco sido feitas várias tentativas para reativar o formato.

De acordo com o decreto de Putin, o concurso musical alternativo - chamado 'Intervidenie' em russo - será realizado em Moscovo e arredores com o objetivo de "desenvolver a cooperação cultural e humanitária internacional".

O vice-primeiro ministro Dmitri Chernyshenko foi designado líder do comité organizador.

No ano passado, o enviado presidencial para a cooperação cultural, Mikhail Shvydkoi, estimou que o concurso se realizaria em setembro de 2025 e que "cerca de 20 países" estavam prontos a participar, incluindo membros dos BRICS, uma organização que reúne países emergentes como a China, a Índia e o Brasil, e da Comunidade de Estados Independentes, que reúne países da ex-URSS próximos de Moscovo.

O decreto do Kremlin não especifica a data do concurso.

O concurso musical Intervision foi organizado nas décadas de 1960 e 1970, principalmente com os países do Bloco de Leste, incluindo a Polónia e a Checoslováquia. Mas outros países também participaram.

Desde a queda da URSS, a televisão russa tem transmitido vários programas com o mesmo nome, em menor escala. Em 2014, a Rússia anunciou a sua intenção de relançar o concurso, mas sem sucesso até ao momento.

A Rússia participou na Eurovisão de 1994 a 2021, apresentando algumas das suas maiores estrelas. Ganhou em 2008 com Dima Bilan e a sua canção "Believe" e a competição foi organizada por Moscovo no seu estádio olímpico em 2009.

A Rússia foi banida da Eurovisão em 2022, na sequência do início da sua ofensiva contra a Ucrânia, em fevereiro daquele ano.

Os responsáveis russos criticaram fortemente o concurso europeu em várias ocasiões, nomeadamente pela participação da cantora austríaca travesti Conchita Wurst, vencedora da edição de 2014.

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Lusa/fim